E viu Deus tudo o que havia feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Comentário Cambridge
e eis que era muito bom. Concluída a obra dos seis dias da Criação, Deus contempla o universo tanto em seus detalhes quanto em sua totalidade. Aquilo que Ele via ser “bom”, em cada dia separado, era apenas um fragmento; aquilo que Ele vê como “muito bom”, no sexto dia, é o vasto todo ordenado, no qual as partes separadas são combinadas. A aprovação divina do universo material constitui um dos traços mais instrutivos da cosmogonia hebraica. Segundo ela, a matéria não é algo hostil a Deus, independente Dele, ou inerentemente mau, mas feito por Ele, ordenado por Ele, bom em si mesmo e bom em sua relação com o propósito e plano do Criador. O adjetivo “bom” não deve, portanto, limitar-se ao significado de “adequado” ou “apropriado”. Não há nada de “mal” no universo criado por Deus: é “muito bom”. [Cambridge, 1921]
Comentário de Carl F. Keil 🔒
A criação do homem e sua instituição como governante na terra encerraram a criação de todos os seres terrestres (Gênesis 1:31). Deus viu Sua obra, e eis que tudo era muito bom; isto é, tudo perfeito em sua espécie, para que toda criatura possa alcançar o objetivo designado pelo Criador e cumprir o propósito de sua existência. Pela aplicação do termo “bom” a tudo o que Deus fez, e a repetição da palavra com a ênfase “muito” no final de toda a criação, a existência de qualquer coisa má na criação de Deus é absolutamente negada, e a hipótese inteiramente refutada, de que o trabalho de seis dias apenas subjugou e acorrentou um princípio ímpio e maligno, que já havia forçado seu caminho para ele. O sexto dia, como sendo o último, é distinguido acima de tudo pelo artigo – הַשִּׁשִּׁי יוֹם “um dia, o sexto” (Gesenius, §111, 2a). [Keil, 1861-2]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.