Digno és tu, Senhor, de receberes glória, honra e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por causa da tua vontade elas são e foram criadas!
Comentário de Plummer, Randell e Bott
Digno és tu, Senhor; ou, Digno és, nosso Senhor e nosso Deus. Em alguns manuscritos e versões — como a siríaca, André de Cesaréia, Arethas, Teodoro Estudita, armênia e outros — é adicionado “o Santo” (ἅγιος).
porque tu criaste todas as coisas (τὰ πάντα) — o universo. Os representantes da criação agradecem a Deus pela sua existência; a Igreja vê, na criação, razão para atribuir a Ele o poder. Assim, é apresentada a razão do louvor: “porque tu criaste”.
e por causa da tua vontade (διὰ τὸ θέλημά σου). Quando Deus quis, o universo não existia; novamente, quando Ele quis, o universo passou a existir.
elas são e foram criadas. Há três variações principais na leitura deste trecho: (1) ἦσαν (“eram”) é lido em א, al40, algumas versões da Vulgata, copta, siríaca, Arethas, Primásio (em outra versão), anônimo atribuído a Agostinho, Haymo; (2) εἰσί (“são”) é lido em S, P, 1, 7, 35, 49, 79, 87, 91 e outros, além de André de Cesaréia; (3) οὐκ ἦσαν (“não eram”) é lido em B, 14, 38, 51. “Elas eram” indica que existiram, enquanto antes não existiam; “e foram criadas” aponta para o modo como passaram a existir e para a Pessoa a quem devem sua existência. Se se adotar εἰσί, o sentido permanece o mesmo. A leitura οὐκ ἦσαν simplificaria a frase: “Por tua vontade, elas não existiam, e novamente, por tua vontade, foram criadas.” No entanto, a autoridade dos manuscritos pesa contra essa última leitura. [Plummer, Randell e Bott, 1909]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.