Dessa maneira, a Lei foi nosso tutor em condução a Cristo, para que pela fé fossemos justificados.
Comentário A. R. Fausset
“De modo que a lei tem sido (isto é, acabou sendo) nosso aio (ou “tutor”, literalmente, “pedagogo”: este termo, entre os gregos, significava um servo fiel encarregado de cuidar do menino de da infância à puberdade, para protegê-lo do mal, físico e moral, e acompanhá-lo em suas diversões e estudos) para nos guiar a Cristo”, com quem não estamos mais “aprisionados” em escravidão, mas somos homens livres. “Crianças” (literalmente, bebês) precisam de tal tutoria (Gálatas 4:3).
para que pela fé fossemos justificados – algo que não poderíamos alcançar até que Cristo, o objeto da fé, viesse. Enquanto isso, a lei, ao reprimir exteriormente a propensão pecaminosa que constantemente dava novas provas de sua presença – assim, a consciência do poder do princípio pecaminoso se tornava mais vívida, e daí o sentido da necessidade tanto do perdão dos pecados quanto da liberdade de sua escravidão era despertado – a lei se tornava um “pedagogo para nos guiar até Cristo” [Neander]. A lei moral nos mostra o que devemos fazer, e assim conhecemos nossa incapacidade de fazê-lo. Na lei cerimonial, buscamos, por meio de sacrifícios de animais, responder por não termos feito o que deveríamos, mas descobrimos que vítimas mortas não fazem compensação pelos pecados dos homens vivos, e que a purificação externa não limpa a alma; e, portanto, precisamos de um Sacrifício infinitamente melhor, o antítipo de todos os sacrifícios da lei. Assim entregues à lei judicial, vemos quão terrível é o destino que merecemos: assim, a lei finalmente nos leva a Cristo, com quem encontramos justiça e paz. “Pecado, pecado! É a palavra ouvida repetidas vezes no Antigo Testamento. Se durante séculos não tivesse ressoado nos ouvidos e se fixado na consciência, a alegre mensagem ‘graça por graça’ não teria sido a palavra de ordem do Novo Testamento. Este foi o fim de todo o sistema de sacrifícios” [Tholuck]. [Fausset, 1866]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.