Isaías 11:6

E o lobo morará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito; e o bezerro, o filhote de leão, e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará.

Comentário Ellicott

É significativa a simpatia do profeta com o mundo animal que ele pensa nisso também como compartilhamento das bênçãos da redenção. Rapina e crueldade mesmo havia para ele sinais de uma ordem imperfeita, ou as consequências de uma queda, mesmo quanto a Paulo testemunharam de uma “escravidão da corrupção” (Romanos 8,21). Os próprios instintos da criação anima deveriam ser mudados “na era futura” e “o leão deveria comer palha como o boi”. Os homens têm discutido se e quando as palavras devem receber um cumprimento literal, e a resposta a essa pergunta está por trás do véu. Pode ser que o que chamamos de leis da natureza animal nestes aspectos esteja tendendo a um objetivo final, do qual a progressão que domou o cão, o touro, o cavalo, é como que uma promessa e um compromisso sério (Soph., Antig., 342-351). Pode ser, entretanto, que cada forma de crueldade bruta tenha sido para a mente do profeta o símbolo de um mal humano, e a imagem admite, portanto, uma interpretação alegórica e não uma interpretação literal. O estudante clássico recordará o paralelismo marcante do quarto Eclogue de Virgílio, que, por sua vez, pode ter sido um eco distante do pensamento de Isaías, flutuando no ar ou encarnado em oráculos apócrifos de Sibila entre os judeus de Alexandria e Roma. [Ellicott]

< Isaías 11:5 Isaías 11:7 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.