Não digo de todos; bem sei eu aos que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura, que diz: O que come comigo, levantou contra mim seu calcanhar.
Comentário de Brooke Westcott
Não falo de todos vocês – A traição de Judas ainda não era evidente para os discípulos, mas para Cristo tudo estava claro. Para Judas, o conhecimento não resultaria na felicidade da obediência.
Eu sei quem escolhi (escolhi) – Por isso, sei que, mesmo entre os doze escolhidos, um é falso (6:70). A escolha mencionada aqui se refere à nomeação para o apostolado, não à eleição para a salvação. O foco está em “Eu” (ἐγώ) sei. A infidelidade de Judas não foi uma surpresa para Cristo, embora tenha sido para os outros. Veja a Nota Adicional.
Mas para que … – Ou seja, minha escolha foi feita de forma que …, ou mais amplamente, isso aconteceu para que … (19:36). Sempre há uma correspondência entre o que os servos de Deus enfrentam em diferentes tempos. Era necessário que Cristo experimentasse pessoalmente o que Davi (ou talvez Jeremias) sentiu sobre a falsidade dos amigos.
As palavras também podem ser lidas como: “Mas, para que se cumpra a Escritura, aquele que …”, embora essa construção pareça menos natural e obscureça o contraste.
Aquele que … mim – O grego de João traduz fielmente o hebraico. Veja a Introdução, p. 14.
Aquele que come do meu pão … – Segundo a melhor leitura, “meu pão”. A frase significa simplesmente “meu amigo, ligado a mim pelos laços mais íntimos e sagrados”.
Levantou contra mim … – A ideia é de violência bruta, e não da astúcia de um lutador. [Westcott, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.