E Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!
Comentário de David Brown
Ele não diz:”Os escribas e fariseus, governantes e povo, estão todos perplexos; e será que nós, pescadores iletrados, devemos presumir que decidimos?” Mas, sentindo a luz da glória de seu Mestre brilhando em sua alma, ele irrompe – não em um reconhecimento manso e prosaico:”Eu creio que Tu és”, etc. mas na linguagem da adoração – tal como se usa na adoração, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. Primeiro Ele é o Messias prometido (ver em Mateus 1:16); então ele se ergue mais alto, ecoando a voz do céu – “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”; e no importante acréscimo – “Filho do Deus Vivo” – ele reconhece a vida essencial e eterna de Deus como neste Seu Filho – embora sem dúvida sem aquela percepção distinta que depois foi concedida. [JFU]
Comentário do Púlpito 🔒
Simão Pedro respondeu. O intenso Pedro, quando todos são indagados, responde em nome dos demais, dando, porém, seu próprio sentimento e crença pessoal, como vemos na resposta de Cristo (Mateus 16,17). Alguns dos outros provavelmente estariam menos dispostos a fazer a mesma confissão; mas em sua veemente lealdade, Pedro silencia todas as hesitações e declara com ousadia qual deve ser a convicção de todos os seus companheiros. Ele fala a persuasão forjada em sua alma pela graça divina.
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo! O Cristo; o Ungido, o Messias. O Filho de Deus; da mesma substância, um com o pai. Vivo; como sozinho “tendo vida em si mesmo”, “o Deus vivo e verdadeiro” (Jo 5:26; 1Tessalonicenses 1:9). A mesma (ou quase a mesma) confissão foi feita por Pedro em nome de todos os apóstolos em Cafarnaum (Jo 6:69); mas o sentido da expressão era diferente e provinha de convicções muito diferentes. Em vez disso, referia-se à visão subjetiva do caráter de Cristo, visto que influenciava a segurança interior do crente da fonte da vida eterna. Aqui, o reconhecimento diz respeito à natureza, função e Pessoa de nosso Senhor. Que havia alguma distinção especial entre os dois enunciados é evidente a partir do elogio único de Cristo a Pedro nesta ocasião, em comparação com seu silêncio no primeiro. A presente confissão é de fato nobre, contendo em si um compêndio da fé católica [nota do tradutor:”católica” no sentido que aceita os credos que são recebidos em comum por todas as partes da igreja cristã ortodoxa] a respeito da pessoa e obra de Cristo. Aqui Pedro reconhece Jesus como o verdadeiro Messias, comissionado e enviado por Deus para revelar sua vontade ao homem e cumprir tudo o que os profetas haviam predito a respeito dele; nenhum mero homem, nem mesmo o mais exaltado dos homens (que a opinião comum considerava ser o Messias), mas o Filho de Deus, da substância do Pai, gerado desde a eternidade, Deus de Deus, Deus perfeito e homem perfeito, Filho de Deus e filho do homem. Essa era a fé de Pedro. A Igreja nada acrescentou a ele, embora o tenha ampliado, explicado e ilustrado em seus Credos; pois compreende a crença na messianidade de Cristo, na divindade, na encarnação, na personalidade e nas questões importantes que dependem disso. Não precisamos supor que Pedro entendeu tudo isso ou especulou sobre a questão de como esses vários atributos foram unidos em Cristo. Ele estava satisfeito em aceitar e reconhecer a verdade, esperando pacientemente por mais luz. Essa é a atitude que Cristo aprova. [Pulpit]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.