Apocalipse 20:3

E o lançou no abismo, e ali o prendeu, e o selou sobre ele; para que não mais enganasse às nações, até que se completem os mil anos; e depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.

Comentário de Plummer, Randell e Bott

E fechou-o, e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações, até que fossem cumpridos os mil anos; e fechou [o abismo] e selou [o abismo] sobre ele, etc. É possível que haja aqui referência à morte e sepultura de Cristo (Mateus 27:66). Satanás “experimentou de fato aquele destino que ele pôde, de forma sombria e temporária, infligir a Jesus — foi amarrado e encerrado no abismo, e o abismo foi selado sobre ele” (Milligan. Compare também a palavra “abismo”, supra). Satanás foi assim amarrado “para que não enganasse mais as nações”, etc.; isto é, Satanás, em seu caráter de enganador (compare Apocalipse 12:9) do mundo, fica assim limitado em seu poder pelo aprisionamento descrito. As nações; no sentido de o mundo, não o mundo ímpio.

Depois disso, ele deve ser solto por pouco tempo. Omitir “e”. “Por pouco tempo” (μικρὸν χρόνον) é a expressão exata usada em Apocalipse 6:11, onde certamente significa o período da existência deste mundo. Tal é também seu sentido aqui. “Deve ser solto” significa que Satanás é, no que diz respeito aos ímpios, permitido a operar sua vontade durante esse período. O aprisionamento por mil anos, e o soltar por pouco tempo, descrevem dois fatos que ocorrem simultaneamente. Enquanto os piedosos não precisam temer, porque mesmo neste mundo o poder de Satanás, quanto a eles, está completamente limitado pelo ato redentor de Cristo, ainda assim, em outro sentido, quanto aos ímpios, Satanás está solto e obtém poder sobre eles. A principal dificuldade nesta interpretação está nas palavras “depois disso”. Mas lembre-se de que “os mil anos” não expressam um período de tempo, e sim a qualidade de completude. Portanto, o soltar de Satanás não deve ser suposto como ocorrendo num período posterior ao período do aprisionamento. O vidente deseja descrever o diabo sob um duplo aspecto, subordinando o segundo ao primeiro. Ele diz, assim: “Pela obra redentora de Cristo, Satanás está amarrado e acorrentado no que diz respeito a vós, cristãos fiéis; mas há também um segundo fato subordinado a lembrar, que ao mesmo tempo ele é poderoso em seu próprio âmbito natural, entre os seus.” O aprisionamento de Satanás numa direção sendo imediatamente seguido por uma demonstração de poder em outra, e o primeiro fato sendo expresso pelo simbolismo cronológico de ser amarrado por mil anos, faz parte desse simbolismo cronológico expressar o segundo fato como ocorrendo após o primeiro, embora o que se pretende transmitir seja realmente a subordinação do efeito secundário ao primário (veja Milligan, citado acima). [Plummer, Randell e Bott, ⚠️ comentário aguardando revisão]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.