El Elohe Israel (traduzido como “Deus, o Deus de Israel”) é uma expressão que aparece apenas em Gênesis 33:20, como nome dado ao altar erguido por Jacó em Siquém — sua primeira parada longa e significativa após retornar de Padã-Arã para Canaã, depois da noite marcante em Peniel (Gênesis 32:30), onde teve seu nome mudado para Israel.
A forma incomum dessa combinação de nomes gerou bastante debate entre estudiosos e propostas de correções textuais. A Septuaginta, por exemplo, tentou resolver a dificuldade alterando o texto para wa-yiqra’ ‘el ‘elohe yisra’el — “e invocou o Deus de Israel” — em vez do texto massorético wa-yiqra’ lo ‘el — “e chamou-o El”, sugerindo que Jacó invocou a Deus, em vez de nomear o altar.
Alguns estudiosos (como Wellhausen, Dillmann, Driver) propuseram mudar a palavra “altar” para “coluna” (mitstsbhah), pois o verbo hebraico hitstsibh é usado com “coluna” em Gênesis 35:14 e 35:20. Assim, esse ato religioso de Jacó seria um paralelo ao de Betel. No entanto, Delitzsch, em seu comentário sobre Gênesis, rejeita essa alteração por considerá-la puramente especulativa e interpreta o nome como a inscrição do altar.
Dillmann sugere que se entenda a frase com um complemento implícito, como: “chamou-o de altar de El, o Deus de Israel”. A melhor explicação para essa expressão está em sua relação com a luta em Peniel. Após sair vitorioso daquele confronto, Jacó recebeu o novo nome “Israel”; e agora, em sua primeira ação de adoração em Canaã, dá ao altar um nome que reflete essa nova identidade, consagrando-o a “El, o Deus de Israel”. [Edward Mack, Orr, 1915]