Deuteronômio 4:11

E vos aproximastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até em meio dos céus com trevas, nuvem, e escuridão.

Comentário de Keil e Delitzsch

(10-12) Nas palavras: “O dia (היּום, acusativo adverbial) “em que estiveste diante de Jeová teu Deus em Horebe”, etc, Moisés lembra ao povo as principais características desses grandes eventos: primeiro de tudo, o fato de que Deus lhe ordenou que reunisse o povo, para que Ele lhes desse a conhecer Suas palavras (Êxodo 19:9.), para que aprendessem a temê-Lo durante toda a vida e também para ensinar seus filhos (יראה, inf.., como שׂנאה, Deuteronômio 1:27); e em segundo lugar (Deuteronômio 4:11), que se aproximassem da montanha que ardia no fogo (compare com Êxodo 19:17.). A expressão, ardendo no fogo “até o coração do céu”, ou seja, bem no céu, é uma descrição retórica da terrível majestade da coluna de fogo, na qual a glória do Senhor apareceu sobre o Sinai, com a intenção de imprimir profundamente na mente do povo a lembrança desta manifestação de Deus. E a expressão “trevas, nuvens e escuridão espessa”, que é equivalente ao fumo da grande montanha (Êxodo 19:18), é empregada com o mesmo objeto. E por último (Deuteronômio 4:12, Deuteronômio 4: 13), lembra-lhes que o Senhor falou do meio do fogo, e acrescenta esta importante observação, para preparar o caminho para o que se seguirá: “Ouvistes o som das palavras, mas não vistes uma forma”, o que não só concorda plenamente com o Êxodo 24, onde se afirma que a visão da glória de Jeová sobre a montanha apareceu ao povo no sopé da montanha “como fogo devorador” (Deuteronômio 4: 17), e que mesmo os anciãos que “viram Deus” sobre a montanha na conclusão do pacto não viram nenhuma forma de Deus (Deuteronômio 4:11), mas também com Êxodo 33:20, Êxodo 33:23, segundo o qual nenhum homem pode ver o rosto (פּנים) de Deus. Mesmo a semelhança (Temunah) de Jeová, que Moisés viu quando o Senhor lhe falou boca a boca (Números 12:8), não era a forma do ser essencial de Deus que era visível a seus olhos corporais, mas simplesmente uma manifestação da glória de Deus respondendo a sua própria intuição e faculdade perceptiva, que não deve ser considerada como uma forma de Deus que era uma representação adequada da natureza divina. O verdadeiro Deus não tem tal forma que seja visível ao olho humano. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.