E ele lhes disse a terceira vez: Pois que mal este fez? Nenhuma culpa de morte nele eu achei. Então eu o castigarei, e depois o soltarei.
Comentário Cambridge
a terceira vez. Só podemos obter de todos os quatro evangelistas, e especialmente de São João, uma concepção plena da seriedade com que Pilatos se esforçou para escapar da necessidade do que ele sentia ser um crime desnecessário. Se não foi, como diz Tertuliano, “jam pro conscientiasua Christianas”, ficou evidentemente profundamente impressionado; e a impossibilidade de fazer o que é certo deve ter caído sobre ele como um terrível Nêmesis por seus pecados passados. É muito digno de nota que ele deu um passo após o outro para garantir a absolvição de Jesus. 1. Ele enfaticamente e publicamente anunciou Sua inocência perfeita. 2. Ele o enviou a Herodes. 3. Ele fez uma oferta para libertá-lo como uma bênção. 4. Ele tentou fazer com que o açoite ocupasse o lugar da crucificação. 5. Ele apelou à compaixão. São João mostra ainda mais claramente como em fases sucessivas do julgamento ele deixa de lado, i. a vaga acusação geral de ser “um malfeitor” (Lucas 18:30); ii. de ser em qualquer sentido sedicioso “um rei” (Lucas 18:39); iii. de qualquer culpa em suas reivindicações religiosas (Lucas 19:12). Ele só cede no final por causa do medo (Lucas 19:12), o que o faz libertar um homem culpado do próprio crime pelo qual ele entrega Jesus à morte de um escravo. O fato de o patrono de Pilatos, Sejano, provavelmente ter caído nessa época, e de Tibério estar executando todos os relacionados a ele, pode ter aumentado os temores de Pilatos. Ele sabia que uma acusação de Alta Traição (sob o Lex Majestatis) era geralmente fatal (Tac. Ann. Iii. 38. Suet. Tib. 58). [Cambridge, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.