E olhando ao redor para eles com indignação, sentindo pena da dureza dos seus corações, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele estendeu; e sua mão foi restaurada, sã como a outra.
Comentário de Stewart Salmond
olhando ao redor. Palavra expressiva, usada por Marcos cerca de meia dúzia de vezes (Marcos 3:5, 34; 5:32; 9:8; 10:23; 11:11), na maioria das vezes referindo-se ao “rápido olhar investigativo em volta do círculo de amigos ou inimigos, que Pedro lembrava como característico do Senhor” (Swete).
com indignação, sentindo pena. Cristo, como verdadeiro homem, tinha os sentimentos, emoções e sensibilidades normais do ser humano — ira, assim como tristeza. A raiva, como indignação justa contra o erro, é um elemento essencial da natureza moral do homem. Platão a via como parte integrante do ser humano. Butler a considerava necessária como contrapeso à piedade. O Novo Testamento reconhece uma ira legítima, embora na natureza humana como ela é, a raiva facilmente ultrapasse os limites do aceitável (cf. Efésios 4:26).
da dureza dos seus corações. A palavra indica a formação de um calo, substância que une as extremidades de um osso fraturado, sendo assim o processo de endurecimento até a insensibilidade à verdade. Aqui, refere-se mais ao endurecimento da mente do que do sentimento. O “coração”, segundo o pensamento hebraico, era o assento dos pensamentos.
Estende a mão. Nesta ocasião, Jesus não usou nenhum meio. Nem sequer tocou no sofredor. A cura aconteceu de forma que nada tinha a aparência de trabalho.
E ele estendeu. A coragem que levou o homem a se levantar foi grande. A fé que o fez estender sua mão morta, e tentar o aparentemente impossível, foi maior ainda. A cura foi imediata; compare com o caso do Antigo Testamento envolvendo Jeroboão (1Reis 13:4). [Salmond, ⚠️ comentário aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.