porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.
Comentário de David Brown
Este versículo conclusivo – conforme apontado como breve – contém a medula, o ouro mais fino, do Evangelho. Como o trabalhador é digno de seu salário, e sente que é seu direito, assim é a morte por causa do pecado, o salário para o qual o pecador trabalhou, o seu próprio salário. Mas “vida eterna” não é em nenhum sentido ou grau o salário de nossa justiça; nós não fazemos nada para ganhar ou ter direito a ela, e nunca poderemos: é, portanto, no sentido mais absoluto, “O DOM DE DEUS”. A graça reina na sua dádiva em todos os casos, e isso “em Jesus Cristo nosso Senhor”, como o justo Canal da mesma. Em vista disto, quem provou que o Senhor é gracioso pode abster-se de dizer: “Àquele que nos amou, e nos lavou dos nossos pecados no seu próprio sangue, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele seja glória e domínio para todo o sempre” (Apocalipse 1:5-6). [JFU]
Comentário de William Sanday 🔒
salário [ὀψώνια]. De uma raiz πεπ- obtemos ἕψω, ὄψον, carne ‘cozida’, peixe, etc. em contraste com o pão. Daí o composto ὀψώνιον (ὠνέομαι, ‘comprar’) = (1) dinheiro para provisões, dinheiro para alimentação ou alimentação dada às tropas; (2) em um sentido mais geral, ‘salário’. Diz-se que a palavra surgiu com Menandro: é proibida pelos aticistas, mas encontrada livremente em Políbio, 1 Macc. & c. (Sturz, Dial. Maced. p. 187).
o dom [χάρισμα]. Tertuliano, com sua habitual ousadia pitoresca, traduz isso por donativum (De Res. Carn. c. 47 Stipendia enim delinquentiae mors, donativum autem dei vita aeterna). Não é provável que Paulo tivesse essa antítese específica em mente, embora sem dúvida ele pretenda contrastar ὀψώνια e χάρισμα. [Sanday, 1895]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.