Jesus, então, lhe disse: Põe de volta tua espada ao seu lugar, pois todos os que pegarem espada, pela espada perecerão.
Comentário do Púlpito
Põe de volta tua espada ao seu lugar. Cristo ordena a Pedro que embainhe sua espada; mas a formulação é peculiar, Desvia (ἀποìστρεψον) tua espada; como se Cristo dissesse:”A espada não é minha; o braço de carne e a arma carnal são teus; aparta a tua espada do uso que estás fazendo dela para o seu devido destino, para ser empunhada apenas por ordem de Deus”. Em seguida, ele dá um motivo para essa ordem.
pois todos os que pegarem espada, pela espada perecerão. Há uma ênfase na palavra “pegar” e há uma força imperativa no futuro, “perecerão”. O Senhor está falando daqueles que arbitrária e presunçosamente recorrem à violência; e ele diz:”Deixe-os sentir a espada”. A palavra era de ampla aplicação e continha uma verdade universal; foi, de fato, uma reconstituição da lei primeva sobre a sacralidade da vida humana e a penalidade que resulta em sua violação (Gênesis 9:5-6). Também reforçou a lição geral de que a violência e a vingança não têm um bom fim e trazem seu próprio castigo. Não há profecia aqui (como alguns supõem) da destruição dos judeus pelas mãos dos romanos; nem está Cristo pretendendo acalmar Pedro com o pensamento da futura retribuição que aguardava os inimigos a quem ele estava tão ansioso para castigar. Essas sugestões são arbitrárias e injustificadas pelo contexto. [Pulpit]
Comentário Ellicott 🔒
todos os que pegarem espada. O registro de Mateus é o mais completo. Marcos não relata nenhuma das palavras; Lucas (Lucas 22:51, NVI) dá apenas a declaração tranquilizadora:“Deixem! Basta!”; João (Jo 18:11) acrescenta ao comando para colocar a espada em sua bainha as palavras:”O cálice que meu Pai me deu, não o beberei?” um eco manifesto da oração que havia sido proferida antes na hora de Sua agonia. As palavras que Mateus dá obviamente não são uma regra geral declarando a ilegalidade de todas as guerras, ofensivas ou defensivas, mas são limitadas em seu alcance pela ocasião. A resistência naquela época envolveria certa destruição. Mais do que isso, seria lutar não por Deus, mas contra Ele, porque contra o cumprimento do Seu propósito. É, no entanto, uma inferência natural das palavras ver nelas uma advertência aplicável a todas as ocasiões análogas. Em qualquer outra causa pode ser lícito usar armas carnais, não é sábio ou certo desembainhar a espada para Cristo e Sua Verdade. (Comp. 2Coríntios 10:4). [Ellicott]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.