E eu vi outra besta subindo da terra, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e ela falava como um dragão.
Comentário de Plummer, Randell e Bott
E vi outra besta. Compare a formulação com a do v. 1. Haveremos de interpretar esta besta como o autoengano — aquela plausibilidade pela qual os homens se persuadem de que podem, sem dano, adorar a primeira besta (ver os versos seguintes). Observa-se que muitas vezes se menciona a primeira besta sem a segunda (cf. Apocalipse 11:7; 13:1; 17:3 etc.), mas nunca a segunda sem a primeira — o que sustenta a interpretação.
Que subia da terra. Talvez em contraste com a primeira, que subiu do mar (v. 1). Em Daniel 7, as quatro bestas sobem do mar (v. 3), mas em v. 17 se diz que quatro reis “se levantarão da terra”. É duvidoso atribuir grande peso a “da terra”. Alguns entendem: “do seio da sociedade estabelecida”. Mais provável: o autor quer mostrar o caráter universal das tentações contra os cristãos; uma besta parece pertencer ao mar e outra à terra, dividindo o mundo entre si.
E tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, e falava como dragão. Isto é, simulando aparência de Cristo, suas palavras traem natureza diabólica. O alvo desta besta é assumir exterior plausível, a fim de enganar (cf. vv. 13-17). Tal é o autoengano aqui tipificado. Muitos, que não seriam levados a renegar Cristo pela perseguição aberta da primeira besta — pois reconheceriam sua natureza —, são, contudo, seduzidos por raciocínios especiosos e pelo engano do coração. Em todos os tempos, cristãos estão propensos a ser enganados por quem, “com suaves palavras e lisonjas, enganam os corações dos simples” (Romanos 16:18). Seja no passado — lançar alguns grãos de incenso ao ídolo —, seja hoje — conformar-se a exigências indignas da sociedade —, os homens são conduzidos por argumentos que parecem justos, mas alcançam o fim do diabo tanto quanto a perseguição direta. (Sobre ἀρνίον, “cordeirinho”, ver Apocalipse 5:6.) [Plummer, Randell e Bott,
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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.