João 10:30

Eu e o Pai somos um.

Comentário de Brooke Westcott

Cada palavra nesta frase profunda está carregada de significado. É Eu, e não “o Filho”; o Pai, e não “meu Pai”; um em essência (ἕν, Vulg. unum), e não uma só pessoa (εἷς, Gálatas 3:28, unus); somos, e não sou. A revelação aqui trata da natureza de Cristo em toda a plenitude de Sua dupla natureza, como o Filho encarnado em toda a plenitude de Seu ser manifesto, em relação ao Pai, a Deus como Pai tanto do Filho quanto dos homens. A encarnação é a prova da unidade completa entre o Pai e o Filho. Por meio dela, a verdadeira conexão entre Deus e o homem foi revelada. E é por isso que a união entre os crentes depende da união entre o Pai e o Filho (17:22, conforme a leitura verdadeira).

Parece claro que a unidade aqui mencionada não pode ser menos do que uma unidade de essência. O pensamento parte da igualdade de poder (minha mão, a mão do Pai); mas o poder infinito é um atributo essencial de Deus, e é impossível supor que dois seres distintos em essência possam ser iguais em poder. Compare com Apocalipse 20:6, 22:3.

Essa frase foi frequentemente citada em controvérsias a partir da época de Tertuliano. Os seguintes textos valem a pena ser estudados: Tertuliano, Adv. Prax. 22; Hipólito, Contra Noeto 7; Ambrósio, De Spir. S. 1:111, 1:116; Agostinho, Coll. c. Max. §14. [Westcott, 1882]

< João 10:29 João 10:31 >

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.