Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim vós também não, se não estiverdes em mim.
Comentário de Brooke Westcott
A pureza que os discípulos haviam alcançado dependia da continuidade da comunhão deles com Cristo. O discípulo deve colocar sua vida em Cristo e permitir que Cristo viva nele.
A construção da frase pode parecer obscura, mas a segunda cláusula não deve ser lida como um futuro: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”. Ambas as partes expressam um imperativo: “Permanecei em mim e deixai-me permanecer em vós”. Ou seja, “Efetuem, com a ajuda de Deus, essa comunhão perfeita: vocês permanecendo em mim, e eu permanecendo em vocês”. Ambas as ideias são essenciais para que a união seja completa (compare com João 14:10, 14:20).
Em certo sentido, até mesmo a permanência de Cristo no discípulo depende da vontade do crente. A outra perspectiva dessa verdade aparece no versículo 16.
Por si mesmo – Não apenas “em si mesmo”, mas “a partir de si mesmo”, como se fosse a fonte da própria vida. Compare com João 5:19, 7:18, 11:51, 16:13. Essa forma é característica do Evangelho de João (2 Coríntios 10:7, em algumas versões, tem uma leitura incorreta). Veja também João 5:30.
Se não permanecer – A frase está condensada. A limitação se aplica à ideia principal (dar fruto), e não à expressão secundária (por si mesmo), que tem um sentido paralelo. Compare com João 5:19 e Gálatas 2:16. O ramo não pode dar fruto por si mesmo; ele só pode dar fruto se permanecer na videira.
Assim também vós – Literalmente, “Assim também vós não podeis dar fruto por vocês mesmos, ou dar fruto de maneira alguma, a não ser em comunhão vital comigo”. [Westcott, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.