E foram dadas à mulher duas asas de grande água, para que voasse ao deserto, ao lugar dela, onde ali é alimentada por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo, longe da face da serpente.
Comentário de Plummer, Randell e Bott
E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, “As duas asas da grande águia” encontra-se na maioria das autoridades, embora א omita ambos os artigos. O símbolo da águia é comum no Antigo Testamento, o que pode explicar a presença do artigo. A fuga da Igreja judaica do poder de Faraó e sua preservação no deserto são referidas sob figura semelhante (veja Êxodo 19:4; Deuteronômio 32:11: “Vos levei sobre asas de águias…”). A inimizade natural entre a águia e a serpente é aludida por Wordsworth (onde há exposição plena do simbolismo). “As duas asas” podem tipificar o Antigo e o Novo Testamentos, pela autoridade dos quais a Igreja convence seus adversários e pelos quais é sustentada durante seu período de conflito com o diabo.
para que voasse para o deserto, ao seu lugar, A referência à fuga de Israel do Egito continua. “Seu lugar” é o “lugar preparado por Deus” (v. 6). A Igreja, embora no mundo, não é do mundo (veja o v. 6).
onde é sustentada por um tempo, tempos e metade de um tempo, longe da face da serpente. Ainda se tem em mente a história de Israel. Assim como o povo escolhido foi alimentado no deserto, a Igreja de Deus é sustentada em sua peregrinação na terra. O redundante ὅπου ἐκεῖ (“onde ali”) segue a analogia do hebraico (veja o v. 6). “Um tempo, tempos e metade de um tempo” é o período descrito em outros lugares como 42 meses, 1260 dias, 3,5 anos. Denota o período da existência deste mundo (veja Apocalipse 11:2). A expressão é tomada de Daniel 7:25; 12:7. Por este versículo e o v. 6 estabelece-se a identidade das duas expressões — 1260 dias e “um tempo, tempos e metade de um tempo” (isto é, um ano + dois anos + meio ano). O plural καιροί é usado para “dois tempos”, pois não há dual no grego do Novo Testamento (veja Winer, p. 221, tradução de Moulton). A construção “sustentada da face” (τρέφεται ἀπὸ προσώπου τοῦ ὄφεως) é moldada pela analogia do hebraico. A “serpente” é o “dragão” do v. 13 (cf. v. 9, “o grande dragão, a antiga serpente, chamado Diabo e Satanás”). As duas palavras são usadas como termos intercambiáveis (cf. v. 17, onde novamente é chamado “o dragão”). [Plummer, Randell e Bott,
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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.