E disse Deus: Haja entre as águas um firmamento que separe as águas das águas.
Haja entre as águas. O trabalho do “segundo dia” é a criação do chamado firmamento (“expansão”, ARC) do céu. Os hebreus não tinham a concepção de um espaço etéreo infinito. A abóbada do céu era para eles uma sólida estrutura arqueada, que repousava sobre os pilares da terra (Jó 26:11). No topo dessa cúpula estavam os reservatórios das “águas acima do céu”, que forneciam a chuva e o orvalho. Por baixo da terra estavam outros reservatórios de águas, que eram as fontes dos mares, lagos, rios e nascentes. Após a criação da luz, o próximo ato criador foi, segundo a cosmogonia hebraica, a divisão do abismo aquático primitivo, por meio de uma sólida divisão que aqui é denominada pela palavra “firmamento”. As águas estão acima e abaixo dela.

Para a solidez do céu segundo esta concepção, compare com Amós 9:6, “Ele é o que edifica as suas câmaras no céu, e a sua abóbada fundou na terra” (ARC). A queda da chuva foi considerada como o ato de Deus ao abrir as comportas do céu, compare com Gênesis 7:11, 2Reis 7:2,19; Salmo 78:23; 148:4, “as águas que estais sobre os céus”. [Cambridge, 1921]
Comentário de Robert Jamieson 🔒
firmamento – uma expansão – estendido como uma placa de metal: um nome dado à atmosfera por parecer ao observador ser a abóbada do céu, suportando o peso das nuvens aquosas. Com a criação de uma atmosfera, as partes mais leves das águas que cobriam a superfície da Terra foram elevadas e suspensas nos céus visíveis, enquanto a massa maior e mais pesada permaneceu abaixo. O ar estava assim “no meio das águas”, ou seja, as separava; e sendo este o uso aparente, é o único mencionado, embora a atmosfera tenha outras funções, como meio de vida e luz. [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.