E o sexto anjo derramou sua taça sobre o grande rio Eufrates; e sua água se secou, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente, onde o sol nasce.
Comentário de Plummer, Randell e Bott
E o sexto derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates. Omitir “anjo” (como nos versículos anteriores). (Sobre o Eufrates, veja em Apocalipse 9:14.) Este rio também figura na sexta trombeta e possui o mesmo significado em ambos os lugares. É a direção natural de onde surgem inimigos; deriva tal significação do fato de que os inimigos dos judeus frequentemente vinham daquela região. A sentença seguinte não deixa dúvida quanto a esse sentido e confirma a visão adotada em Apocalipse 9:14. Note-se que, embora a taça seja derramada sobre o Eufrates, não com o propósito de ferir o rio, mas os homens, que assim ficam expostos aos ataques de seus inimigos.
E a sua água secou, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do oriente. A Versão Revisada torna mais claro: “para preparar caminho para os reis que vêm do nascente do sol”. O sentido é que se remove uma barreira que resguardava contra exércitos hostis. Os “reis do oriente” representam os juízos de Deus; os expostos ao ataque são os aderentes da besta. A imagem pode derivar:
(1) Do fato (como explicado em Apocalipse 9:14) de que os inimigos dos judeus geralmente vinham de além do Eufrates. Isso explica o emprego da figura em Apocalipse 9 e pode razoavelmente conter a mesma alusão aqui. Nesse caso, os detalhes secundários não coincidem; a ideia é apenas transmitir o fato central de um avanço inimigo.
(2) Do fato histórico da tomada de Babilônia por Ciro mediante o desvio das águas do Eufrates — circunstância referida em Jeremias 51:31-32; Isaías 13; 44:27-28. Aqui os detalhes se harmonizam melhor com o simbolismo geral do Apocalipse. Babilônia significaria o reino da besta (como no versículo 19). Os reis do oriente ainda representariam os juízos de Deus, que agora investem contra o reino de Satanás. Satanás tenta enfrentar esse assalto mediante os três espíritos que reúnem reis do mundo todo (versículo 14) para guerrearem contra o Todo-Poderoso. Os “reis do oriente” são certamente as forças do lado de Deus. Muitos veem alusão a Cristo e aos santos. O sol é figura frequente de Cristo na Escritura (cf. Malaquias 4:2; Zacarias 3:8; 6:12, LXX; Lucas 1:78; também Apocalipse 7:2; 12:1; 22:16). Assim, os “reis do oriente” podem ser identificados com os exércitos de Apocalipse 19:11-16. [Plummer, Randell e Bott, 
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