E tomou Jesus os pães, e havendo dado graças, repartiu-os aos discípulos, e os discípulos aos que estavam sentados, semelhantemente também dos peixes, quanto queriam.
Comentário de Thomas Croskery
JE tomou Jesus os pães, e havendo dado graças (εὐχαριστήσας é usado por João, enquanto Marcos fala de olhar para o céu e abençoar os pães, proferindo palavras de louvor. A expressão eucarística corresponde à função do chefe de família na festa pascal, e é outra sugestão de relação entre a Páscoa e o discurso que se segue) repartiu-os aos discípulos, e os discípulos aos que estavam sentados. Isso não é incompatível com a linguagem dos sinópticos, que ele deu aos discípulos, eles à multidão, uma alegoria indubitável do método pelo qual todos os seus maiores dons foram difundidos pelo mundo; mas João chama atenção especial para a parte, a parte suprema, tomada neste procedimento pelo próprio Senhor. Aproveitou-se disso para mostrar que a narrativa é uma glorificação da ceia eucarística, na qual Jesus deu aos seus discípulos o pão que ele partiu.
semelhantemente também dos peixes, quanto queriam. Este é, sem dúvida, o lugar ou momento em que ocorreu o poderoso milagre. “Era a semeadura quando ele abençoou o pão, era a colheita quando ele partia.” Este belo dístico, com as observações de Agostinho e Olshausen de que os processos da natureza foram acelerados pelo grande órgão do Divino Criador, não lança nenhuma luz sobre o fenômeno. Isso o torna mais inexplicável, pois o milho moído e os pães de cevada assados não oferecem paralelo com as sementes vivas, e os peixes mortos e salgados criam dificuldades ainda maiores. “Frugalidade exagerada em milagre” (Renan) é muito mais pensável, embora deixe a sequência sem explicação. Devemos rejeitar a narrativa, apesar de sua maravilhosa confirmação por duas ou três testemunhas oculares separadas, ou devemos aceitá-la. Se fizermos o último, veremos neste (e no seguinte) milagre uma afirmação de que a vontade criadora de Cristo é a única causa do alimento adicional que foi fornecido para o sustento dessa multidão. O Filho de Deus acrescentou à soma das coisas, à quantidade de matéria, ou reuniu do ar circundante os elementos necessários para esse propósito, assim como, ao silenciar a tempestade, ele encontrou força por sua vontade que é a fonte última e terreno de todas as forças. Ele falou no poder do Céu, e foi feito. Ele agradeceu e distribuiu. [Croskery, aguardando revisão]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.