Samaria

No coração das montanhas de Israel, a poucos quilômetros a noroeste de Siquém, está a “colina de Shomeron“, uma montanha solitária. É uma colina comprida, com lados íngremes, mas não inacessíveis, e um longo topo plano. Onri, o rei de Israel, comprou esta colina de Semer, seu dono, por dois talentos de prata, e construiu sobre seu amplo cume a cidade à qual ele deu o nome de “Shomeron“, isto é, Samaria, como a nova capital de seu reino em lugar de Tirza (1Reis 16:24). Como tal, possuía muitas vantagens. Aqui Onri residiu durante os últimos seis anos de seu reinado. Como resultado de uma guerra mal sucedida com a Síria, ele parece ter sido obrigado a ceder aos sírios o direito de “fazer ruas em Samaria”, ou seja, provavelmente a permissão aos comerciantes sírios para continuarem o seu comércio na capital israelita. Isto implicaria a existência de uma considerável população síria. “Foi a única grande cidade da Palestina criada pelo soberano. Todas as outras já haviam sido consagradas pela tradição patriarcal ou posse anterior. Mas Samaria foi a única escolha de Onri. Ele, de fato, deu à cidade que ele tinha construído o nome de seu antigo proprietário, mas sua ligação especial consigo mesmo como seu fundador é provada pela designação que parece que Samaria tem nas inscrições assírias, Bete-khumri (‘a casa ou palácio de Onri’)”, Stanley.

Samaria era frequentemente sitiada. Nos dias de Acabe, Ben-Hadade II enfrentou-a com trinta e dois reis vassalos, mas foi derrotado com um grande massacre (1Reis 20:1-21). Uma segunda vez, no ano seguinte, ele a atacou; mas foi novamente totalmente derrotado, e obrigado a se render a Acabe (1Reis 20:28-34), cujo exército, comparado com o de Ben-Hadade, não era mais do que “dois pequenos rebanhos de cabras”.

Nos dias de Jeorão, este Ben-Hadade cercou novamente Samaria, durante o qual a cidade foi submetida a profunda miséria. Mas exatamente quando o sucesso parecia estar ao seu alcance, eles de repente abondaram o cerco, alarmados por um misterioso som de carros e cavalos e um grande exército, e fugiram, deixando seu acampamento com todo o seu conteúdo para trás de si. Os habitantes famintos da cidade saciaram-se com a abundância do despojo do acampamento sírio; e aconteceu, segundo a palavra de Eliseu, que “uma medida de boa farinha foi vendida por um siclo, e duas medidas de apenas um siclo, nas portas de Samaria” (2Reis 7:1-20).

Salmaneser invadiu Israel nos dias de Oséias, e o reduziu a condição de súdito. Ele cercou Samaria (723 a.C.), que manteve durante três anos, e foi finalmente capturada por Sargão, que completou a conquista que Salmaneser havia começado (2Reis 18:9-12; 17:3) e levou grande quantidade de cativos.

Esta cidade, depois de passar por vários percalços, foi dada pelo imperador Augusto a Herodes, o Grande, que a reconstruiu, e a chamou de Sebastia (Gr. forma de Augusto) em honra do imperador. No Novo Testamento a única menção é em Atos 8:5-14, onde se registra que Filipe desceu à cidade de Samaria e ali pregou.

No tempo de Cristo, a Palestina Ocidental estava dividida em três províncias, Judéia, Samaria e Galiléia. Samaria ocupava o centro da Palestina (Jo 4:4). É chamada no Talmude de “terra de Cutim”, e não é considerada como parte da Terra Santa.

A distância entre Samaria e Jerusalém, as respectivas capitais dos dois reinos, é de apenas 56km em uma linha direta.

Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary.