Saul vence os amonitas
assentou acampamento contra Jabes-Gileade – no leste do rio Jordão. Durante muito tempo os amonitas revindicaram o direito de possuírem Gileade. Embora reprimidos por Jefté (Jz 11:33), eles agora, depois de noventa anos, renovam suas pretensões; e foi o relato de sua ameaça de invasão que apressou a nomeação de um rei (1Sm 12:12).
Faze aliança conosco, e te serviremos. Eles não viam nenhuma perspectiva de serem ajudados pelos israelitas à oeste do Jordão, que não apenas estavam distantes, mas mal conseguiam impedir os ataques dos filisteus. [JFU, 1871]
Naás pretendia manter os jabesitas úteis como pagadores de impostos, por isso não desejava deixá-los totalmente cegos, mas apenas privá-los do olho direito, o que os desqualificaria para a guerra. Além disso, seu objetivo era, através do povo de Jabes-Gileade, insultar a nação israelita. [JFU, 1871]
e ponha esta afronta sobre todo Israel (“e assim humilhei todo o Israel”, NVI, ou então, “como humilhação para todo o Israel”, NVT).
os anciãos de Jabes lhe disseram: Dá-nos sete dias. Eles consideraram este tempo suficiente para descobrir se seria possível obter ajuda para eles além do Jordão. Mas por que, pode-se perguntar, Naás, que poderia ditar os termos de rendição, permitiria à cidade indefesa essa oportunidade de se fortalecer? Ele provavelmente supôs que as tribos à oeste do Jordão não estavam em condições de prestar a Jabes qualquer ajuda considerável, e que isso aumentaria ainda mais a vergonha de Israel ao dizer que os habitantes de Jabes imploravam sua ajuda em vão. Josefo nos diz que os sitiados já haviam procurado em vão a ajuda das tribos no leste do Jordão, e esse fato pode ter feito Naás se sentir ainda mais seguro. Ou então, talvez, ele não estivesse naquele momento em condições de conquistar a cidade facilmente, caso os sitiados oferecessem uma resistência; também não devemos esquecer que o SENHOR planejou, por esta guerra contra os amonitas, engrandecer Saul aos olhos de Israel. [Whedon, 1874]
chegando os mensageiros a Gibeá de Saul (“Gibeá onde Saul morava”, NVT).
Saul que vinha do campo, atrás os bois (“Saul estava trazendo o gado do campo”, NVI). Saul ainda estava ocupado com suas antigas atividades. A princípio isto pode parecer estranho, mas deve-se lembrar que a autoridade real era algo bastante novo no Israel republicano, e que os deveres e privilégios do novo rei a princípio eram vagos e pouco compreendidos; além disso, comportamentos invejosos, que já haviam sido percebidos (1Sm 10:27), sem dúvida induziram Saul e seus conselheiros a manter a monarquia em segundo plano até que alguma oportunidade de levá-la a diante se apresentasse. É, portanto, bastante compreensível que o rei recém-eleito passasse pelo menos uma parte de seu tempo em atividades que até então ocupavam toda a sua vida. Ele não foi o primeiro herói convocado por trabalhos rurais a assumir, em uma emergência nacional, o comando de um exército. Gideão foi chamado do lagar para fazer seus grandes feitos; e para citar a história profana, um dos mais nobres filhos de Roma, como Saul, estava arando a terra quando o Senado romano o buscou para ser o ditador e o general de seus exércitos; e para o arado aquele grande homem retornou quando seu trabalho foi realizado com sucesso e seu país foi salvo. [Ellicott, 1905]
o Espírito de Deus se apoderou de Saul. O original hebraico para “se apoderou” descreve um impulso repentino e generalizado. Uma infusão sobrenatural de vigor físico e mental que o permitiu enfrentar prontamente a crise. [Cambridge, 1896]
Apanhou dois bois, cortou-os em pedaços e, por meio dos mensageiros, enviou os pedaços – (ver Jz 19:29). Essa forma particular de convocação de guerra era adequada ao caráter e aos hábitos de um povo agrícola e pastoril. Solene em si mesma, a denúncia que a acompanhava trazia uma terrível ameaça àqueles que a negligenciavam. Saul conjuga o nome de Samuel com o seu próprio, para emprestar a maior influência à medida, e para causar maior terror a todos os contempladores da ordem. O pequeno contingente fornecido por Judá sugere que o descontentamento com Saul era mais forte naquela tribo.
Bezeque – Este local de reunião geral não ficava longe de Siquém, na estrada para Bete-Sã, e quase em frente ao vau ao cruzar para Jabes-Gileade. O grande número na lista mostrou o efeito da sabedoria e prontidão de Saul.
No dia seguinte, Saul dividiu seus soldados em três grupos – Cruzando o Jordão à noite, Saul marchou seu exército a noite toda, e chegou ao amanhecer no acampamento dos amonitas, que ficaram surpresos em três partes diferentes, e totalmente derrotados. Isso aconteceu antes dos sete dias em que a trégua expirou.
Saul confirmado como rei
o povo disse a Samuel: “Quem foi que perguntou: ‘Será que Saul vai reinar sobre nós? – A admiração entusiástica do povo, sob o impulso de sentimentos agradecidos e generosos, teria causado uma vingança sumária à minoria que se opunha a Saul, se ele, ou não por princípio ou política, se mostrara tão grande em clemência quanto em valor. O conselho calmo e perspicaz de Samuel dirigiu os sentimentos populares para um canal certo, nomeando uma assembléia geral da milícia, a força realmente efetiva da nação, em Gilgal, onde, em meio a grande pompa e solenidades religiosas, o líder vitorioso foi confirmado. em seu reino [1Sm 11:15].
Visão geral de 1 Samuel
Em 1 Samuel, “Deus relutantemente levanta reis para governar os israelitas. O primeiro é um fracasso e o segundo, Davi, é um substituto fiel”. Tenha uma visão geral deste livro através do vídeo a seguir produzido pelo BibleProject. (7 minutos)
Leia também uma introdução aos livros de Samuel.
Adaptado de: Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible. Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – fevereiro de 2018.