Em várias passagens, o termo designa um agente sobrenatural de destruição, ou anjo destruidor, encarregado de executar o juízo divino.
(1) Em Êxodo 12:23, refere-se ao “destruidor” que feriu os primogênitos do Egito, mencionado novamente com o mesmo título em Hebreus 11:28.
(2) Em Jó 33:22, “os destruidores” (literalmente, “os que causam a morte”) são os anjos da morte prontos para tirar a vida de um homem durante uma doença grave. Não há paralelo exato para isso no Antigo Testamento. As passagens mais próximas são: “o anjo que destruía o povo” por meio da peste (2Samuel 24:16–17; paralelo em 1Crônicas 21:15–16); o anjo que feriu os assírios (2Reis 19:35 = Isaías 37:36, paralelo em 2Crônicas 32:21); e os “anjos malignos” (Salmo 78:49).
(3) Nos livros apócrifos, o “destruidor” é mencionado uma vez como “ministro do castigo” (literalmente, “aquele que castigava”), que trouxe a morte ao mundo (Sabedoria de Salomão 18:22–25).
(4) Em 1Coríntios 10:10, “o destruidor” é o agente angelical ao qual Paulo atribui a praga de Números 16:46–49.
Na teologia judaica posterior (Targuns e Midrash), o “destruidor” ou “anjo da morte” aparece com o nome de Sammael (isto é, “veneno de Deus”), que teria sido um arcanjo diante do trono de Deus e que levou a serpente a tentar Eva. Segundo Weber, ele não deve ser distinguido de Satanás. A principal diferença entre o “destruidor” do pensamento antigo e o Sammael do judaísmo posterior é que o primeiro era visto como emissário de Yahweh, submisso à Sua vontade, e às vezes nem era claramente distinguido do próprio Yahweh; enquanto o segundo era tratado como uma individualidade distinta, agindo de forma independente ou semi-independente, por motivos puramente malignos. Essa mudança foi em grande parte influenciada pelo dualismo persa, que via o bem e o mal como poderes independentes. [D. Miall Edwards, Orr, 1915]