Mateus 13:56

Não estão todas as suas irmãs conosco? Ora, de onde vem a este tudo isto?

Comentário de David Brown

Aqui surge uma questão extremamente difícil: quem eram esses “irmãos” e “irmãs” de Jesus? Seriam eles, primeiro, Seus irmãos e irmãs de sangue? Ou, em segundo lugar, seriam eles Seus meio-irmãos e meio-irmãs, filhos de José de um casamento anterior? Ou, em terceiro lugar, seriam eles Seus primos, de acordo com uma forma comum de se referir a parentes de descendência colateral entre os judeus? Sobre este assunto, muito foi escrito, e as opiniões ainda estão longe de um consenso. Para a segunda opinião, não há base sólida, exceto uma tradição vaga, provavelmente surgida do desejo de se oferecer uma explicação desse tipo. A primeira opinião, sem dúvida, se adapta melhor ao texto em todos os lugares onde essas pessoas são mencionadas (Mateus 12:46, e seus paralelos, Marcos 3:31 e Lucas 8:19; o presente trecho e seu paralelo, Marcos 6:3; João 2:12; João 7:3, 5, 10; Atos 1:14). Além de outras objeções, muitos dos melhores intérpretes consideram altamente improvável que nosso Senhor, ao estar pendurado na cruz, confiasse Sua mãe a João, se tivesse irmãos de sangue ainda vivos. Por isso, eles preferem a terceira opinião (que seriam primos). No entanto, por outro lado, não há dúvida de que Jesus poderia ter tido boas razões para confiar a guarda de Sua mãe, duplamente viúva, ao discípulo amado, em vez de a seus próprios irmãos. Assim, preferimos deixar essa questão em aberto, cercada como está de dificuldades.

Quanto aos nomes mencionados aqui, o primeiro, Tiago, é posteriormente chamado “irmão do Senhor” (veja a nota em Gálatas 1:19), mas talvez não deva ser confundido com “Tiago, filho de Alfeu”, um dos Doze, embora muitos acreditem que sejam a mesma pessoa. Esta também é uma questão difícil e de grande importância, pois o Tiago que ocupa um lugar proeminente na Igreja de Jerusalém, na última parte de Atos, aparentemente é o apóstolo, mas muitos o consideram como “irmão do Senhor”, enquanto outros acham que a identidade entre eles se ajusta melhor a todas as declarações. O segundo nome aqui, José, não deve ser confundido com “José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo” (Atos 1:23). O terceiro nome, Simão, não deve ser confundido com Simão, o Cananeu ou Zelote (veja a nota em Mateus 10:4). Esses três não são mencionados em nenhuma outra parte do Novo Testamento. O quarto e último nome, Judas, dificilmente é idêntico ao apóstolo com esse nome—embora os irmãos de ambos se chamassem “Tiago”—e, a menos que sejam a mesma pessoa, este Judas também não deve ser confundido com o autor da epístola geral assim chamada. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

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Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.