Aristarco, que está preso comigo, vos saúda; e também Marcos, primo de Barnabé. Acerca dele, já recebestes ordens; se ele for até vós, recebei-o.
Comentário A. R. Fausset
Aristarco — um macedônio de Tessalônica (Atos 27:2), que foi arrastado ao teatro em Éfeso durante o tumulto com Gaio, sendo ambos “companheiros de viagem de Paulo”. Ele acompanhou Paulo à Ásia (Atos 20:4) e, posteriormente (Atos 27:2), a Roma. Agora, estava em Roma com Paulo (compare com Filemom 1:23-24). Aqui é descrito como “companheiro de prisão” de Paulo, enquanto em Filemom 1:24 é chamado “cooperador”. De maneira inversa, Epafras é chamado de “companheiro de prisão” em Filemom 1:23, mas aqui (Colossenses 1:7), “conservo”. Meyer, citado por Alford, sugere que os amigos de Paulo compartilhavam voluntariamente seu encarceramento em turnos, com Aristarco sendo o companheiro de prisão quando Paulo escreveu aos colossenses, e Epafras, quando escreveu a Filemom. O termo grego para “companheiro de prisão” significa literalmente “companheiro de cativeiro”, remetendo à imagem de prisioneiros de guerra, sendo os cristãos “companheiros de luta” (Filipenses 2:25; Filemom 1:2), em uma batalha espiritual chamada “o bom combate da fé”.
Marcos — João Marcos (Atos 12:12, 12:25), tradicionalmente considerado o evangelista.
primo de Barnabé. Essa relação explica naturalmente a escolha de Barnabé em levar Marcos como companheiro de viagem, além de a casa da mãe de Marcos, em Jerusalém, ser um ponto de encontro para os cristãos (Atos 12:12). A família era de Chipre (Atos 4:36), o que justifica a escolha de Barnabé por Chipre como primeiro destino da viagem (Atos 13:4) e a disposição de Marcos em acompanhá-los até lá, por ser a terra de sua família. Também explica por que Marcos abandonou a viagem em Perge, na Panfília, retornando à sua mãe em Jerusalém (Mateus 10:37), o que causou a rejeição de Paulo na segunda viagem (Atos 13:13, 15:37-39).
Acerca dele – Marcos.
já recebestes ordens — possivelmente antes da escrita desta epístola, ou as “instruções” podem ter sido verbais, trazidas por Tíquico junto com esta carta. Os escritores antigos frequentemente usavam o passado para se referir ao que estaria acontecendo no momento em que a carta fosse lida. Assim, em Filemom 1:19, Paulo escreve “eu escrevi” no lugar de “eu escrevo”. A essência das instruções era: “Se ele vier até vocês, recebam-no”. A rejeição de Paulo a Marcos na segunda viagem missionária, por ele ter voltado atrás em Perge na primeira (Atos 13:13; 15:37-39), causou uma separação entre Paulo e Barnabé. Contudo, o amor cristão logo restaurou a relação; aqui, Paulo demonstra sua confiança renovada em Marcos, faz uma menção honrosa a Barnabé e encoraja os colossenses, que poderiam ter desconfiado de Marcos por conta de seu erro passado, a recebê-lo com bondade. Colossos fica a cerca de 110 milhas de Perge e a menos de 20 das fronteiras da Pisídia, por onde Paulo e Barnabé pregaram em seu retorno na mesma viagem. Assim, embora Paulo não tenha visitado a igreja em Colossos pessoalmente, eles conheciam o passado de Marcos e precisavam dessa recomendação para aceitá-lo como evangelista. Mais tarde, na última prisão de Paulo, ele menciona Marcos novamente (2Timóteo 4:11). [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]
<Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles, com adaptação de Luan Lessa – janeiro de 2021.