Cabelo

(1) No Egito, os homens costumavam raspar a cabeça e a barba, deixando o cabelo crescer apenas durante o luto. Essa prática era tão rigorosa que negligenciá-la era considerado motivo de reprovação e ridículo; e sempre quando queriam representar uma pessoa de baixa condição ou desleixada, desenhavam-na com barba. José se barbeou antes de se apresentar ao faraó (Gênesis 41:14). As mulheres egípcias usavam o cabelo longo e trançado. Perucas eram usadas por sacerdotes e leigos para cobrir o crânio raspado, e barbas falsas eram comuns. As grandes massas de cabelo vistas em retratos e estátuas de reis e sacerdotes eram totalmente artificiais.

(2) Entre os assírios, a prática era oposta. Nas esculturas assírias, os homens são representados com o cabelo longo e bem penteado sobre a cabeça. A barba também era deixada crescer completamente.

(3) Entre os gregos e romanos, os costumes variavam em diferentes épocas. No tempo do apóstolo Paulo, os homens gregos usavam cabelo curto, enquanto as mulheres mantinham o cabelo longo (1Coríntios 11:14, 15). Paulo repreende os coríntios por adotarem costumes que confundiam a distinção entre os sexos, prejudicando a moralidade. (Veja também 1Timóteo 2:9 e 1Pedro 3:3 sobre o comportamento feminino).

(4) Entre os hebreus, a distinção natural entre os sexos era mantida, com as mulheres usando cabelo longo (Lucas 7:38; João 11:2; 1Coríntios 11:6), enquanto os homens mantinham o cabelo a uma altura moderada, cortando-o frequentemente.

A calvície desqualificava alguém para o ofício de sacerdote (Levítico 21).

Elias é chamado de “homem peludo” (2 Reis 1:8), possivelmente devido aos seus longos cabelos ou, mais provavelmente, por causa do manto áspero de pelos que ele usava. Sua vestimenta era feita de pelo de camelo.

O cabelo comprido é mencionado na descrição de Absalão (2Samuel 14:26), mas o uso de cabelo longo era incomum, sendo praticado principalmente como ato de devoção religiosa por nazireus (Números 6:5; Juízes 13:5) e outros, em sinal de gratidão especial (Atos 18:18).

Em tempos de aflição, o cabelo era cortado (Isaías 3:17, 24; 15:2; 22:12; Jeremias 7:29; Amós 8:10). Arrancar o cabelo ou deixá-lo despenteado também era sinal de tristeza (Esdras 9:3). “Cortar o cabelo” é usado figurativamente para descrever a destruição completa de um povo (Isaías 7:20). Os hebreus ungiam o cabelo com perfumes (Rute 3:3; 2Samuel 14:2; Salmos 23:5; 45:7), especialmente em ocasiões de alegria (Mateus 6:17; Lucas 7:46). [Easton, 1896]