Êxodo 33:12 (Explicação do Versículo)

E disse Moisés ao SENHOR: Olha, tu me dizes a mim: Tira este povo: e tu não me declaraste a quem hás de enviar comigo: porém, tu dizes: Eu te conheci por teu nome, e achaste também graça em meus olhos.

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Comentário de Robert Jamieson

tu não me declaraste a quem hás de enviar comigo. Moisés, nesta crise, encontrou-se em circunstâncias difíceis, ainda investido no cargo de legado divino; mas, devido à retirada da coluna de nuvem, estava em dúvida sobre como proceder, desejando ardentemente ser aliviado desse estado de dolorosa incerteza, tendo uma garantia clara sobre a posição ou caráter do guia sob cujos cuidado ele e sua pesada carga agora estavam – se ele era um anjo criado – o que teria causado decepção e tristeza; ou se Ele era o Anjo Yahweh, que até então havia conduzido sua jornada – o que teria inspirado confiança e alegria.

tu dizes: Eu te conheci por teu nome – isto é, a tua origem, história, caráter e função, como alguém com quem tenho comunhão frequente e por quem tenho grande interesse (cf. Êxodo 32:32-33; Isaías 43:1; Isaías 49:1; Filipenses 4:3). “Conhecer” aqui é equivalente a aprovar e amar (cf. Salmo 1:6; Mateus 7:23; 2Timóteo 2:19 com Jeremias 1:5).

achaste também graça em meus olhos – como evidenciado pela atenção favorável dada à sua intercessão já feita. [JFU, 1866]

Comentário de Carl F. Keil 🔒

(12-17) Yahweh havia ordenado a Moisés que liderasse o povo até Canaã e prometido a ele a orientação de um anjo; mas Ele havia distinguido expressamente este anjo de Sua própria presença pessoal (Êxodo 33:1-3). Além disso, embora não tenha sido mencionado antes, Yahweh havia dito a Moisés: “Eu te conheço pelo nome”, ou seja, Eu te reconheci como Meu, escolhi e te chamei para executar Minha vontade (cf. Isaías 43:1; Isaías 49:1), ou te coloquei em “uma relação pessoal especificamente com Deus, que era peculiar a Moisés e, portanto, estava associada ao seu nome” (Oehler); – “e também encontraste graça aos meus olhos”, na medida em que Deus havia concedido uma audiência à sua intercessão anterior. Moisés agora lembrou ao Senhor desta garantia divina com tanta coragem como só pode ser produzida pela fé, que luta com Deus e não O deixa ir sem uma bênção (Gênesis 32:27); e com base nisso, apresentou a petição (Êxodo 33:13): “Faze-me conhecer o Teu caminho (o caminho que Tu seguirás comigo e com este povo), para que eu Te conheça, a fim de que ache graça em Teus olhos e veja que este povo é Teu povo.” O significado é o seguinte: Se encontrei graça aos Teus olhos, e Tu me reconheceste como Teu servo e me chamaste para ser o líder deste povo, não me deixes na incerteza quanto às Tuas intenções em relação ao povo, ou quanto ao anjo que darás como guia a mim e à nação, para que eu possa Te conhecer, ou seja, para que a minha obtenção de graça aos Teus olhos se torne uma realidade; e se Tu conduzirás o povo até Canaã, considera que é Teu próprio povo, ao qual deves Te reconhecer como seu Deus. Essa ousadia da fé inabalável se aproxima do coração de Deus e traz a bênção. Yahweh respondeu (Êxodo 33:14): “A minha presença irá, e te darei descanso”, ou seja, te levarei, a ti e a todo este povo, para a terra, onde encontrareis descanso (Deuteronômio 3:20). A “presença” de Yahweh é Yahweh em Sua própria presença pessoal e é idêntico ao “anjo” em quem estava o nome de Yahweh (Êxodo 23:20-21), e que é, portanto, chamado em Isaías 63:9 “o anjo da Sua presença”.

Com essa garantia por parte de Deus, o vínculo da aliança foi completamente restaurado. Mas, para ter mais certeza disso, Moisés respondeu (Êxodo 33:15-16): “Se a Tua presença não for conosco, não nos conduzas daqui. E como se saberá que eu e o Teu povo achamos graça aos Teus olhos, se não (lit., não se sabe) em Teu ir conosco, para que nós, eu e o Teu povo, sejamos distintos (veja em Êxodo 8:18) diante de todas as nações sobre a face da terra?” Essas palavras não expressam dúvida quanto à veracidade da garantia divina, “mas um certo sentimento da insuficiência da garantia”, na medida em que mesmo com a restauração da condição anterior das coisas, ainda “havia o temor de que a raiz má da rebelião do povo, que havia se manifestado uma vez, pudesse brotar novamente a qualquer momento” (Baumgarten). Por esse motivo, Yahweh assegurou que também esse pedido seria atendido (Êxodo 33:17). “Não havia nada de extraordinário no fato de Moisés desejar para si e seu povo que fossem distintos diante de todas as nações sobre a face da terra; isso era apenas a firmeza da fé na vocação e eleição de Deus (Êxodo 19:5-6)”. [Keil, 1861-2]

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