Mateus 7

Sermão do monte

1 Não julgueis, para que não sejais julgados.

Não julgueis. Compare com Romanos 2:1. O julgar o qual nosso Senhor se refere, o contexto deixa claro, é fazer críticas com grosseria e censurar coisas insignificantes. O julgamento como um ato sério não é proibido por Cristo. De fato, muitas vezes é dever do cristão julgar e condenar severamente coisas que o mundo nunca pensa em julgar: compare com Mateus 18:15; 1Coríntios 5:12; 2Timóteo 4:2. [Dummelow, 1909]

2 Porque com o juízo que julgardes sereis julgados; e com a medida que medirdes vos medirão.

Em outras palavras, “Porque como vocês tratam os outros, eles também vão tratar vocês” (VIVA).

com o juízo (“critério”, A21; “modo”, NVT) que julgardes sereis julgados.

3 Ora, por que vês o cisco que está no olho de teu irmão e não enxergas a trave que está no teu olho?

Romanos 2:21,23, “tu, pois, que ensinas ao outro, não ensinas a ti mesmo? Tu que pregas que não se deve furtar, furtas?…Tu, que te orgulhas da Lei, pela transgressão da Lei desonras a Deus;”.

4 Ou como dirás a teu irmão: 'Deixa-me tirar o cisco do teu olho', se eis que há uma trave em teu próprio olho?

se eis que há uma trave em teu próprio olho? O que (1) deve impedir a condenação de outra pessoa por uma ofensa menos grave; e que (2) obscureceria o discernimento espiritual, e assim o tornaria um juiz incapaz. O pecado farisaico de hipocrisia era mais profundo e fatal para a vida espiritual do que os pecados que o fariseu condenou. [Cambridge, 1893]

5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho de teu irmão.

Hipócrita é aquele que coloca uma máscara e finge ser o que não é.

6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos, para que não suceda que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.

não deiso que é santo – em seu sentido literal, a carne dos sacrifícios. Metaforicamente, representa tudo o que há de mais sagrado na religião de Cristo, assim como as “pérolas”.

cãesporcos – isto é, pessoas impuras e cruéis. Elas pisarão (ou seja, desprezarão e profanarão) o que lhes oferecem, e vos atacarão com zombaria e blasfêmia. Enquanto estiverem nesse estado de espírito, nada lhes poderá ser feito. [Dummelow, 1909]

7 Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e vos será aberto;

Pedibuscaibatei. Devemos lutar com Deus em oração, como Jacó lutou com o anjo (talvez com o próprio Deus) e disse: “Não te deixarei ir, a menos que me abençoes” (Gênesis 32:26). A lição é: os homens devem “sempre orar, e nunca se cansar” (Lucas 18:1). [Dummelow, 1909]

8 Pois qualquer um que pede recebe; e quem busca acha; e ao que bate lhe é aberto.

pedebuscabate. Devemos lutar com Deus em oração, como Jacó lutou com o anjo (talvez com o próprio Deus) e disse: “Não te deixarei ir, a menos que me abençoes” (Gênesis 32:26). A lição é: os homens devem “sempre orar, e nunca se cansar” (Lucas 18:1). [Dummelow, 1909]

9 E quem há dentre vós que, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?

se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra – em zombaria, visto que os dois são parecidos.

10 E se pedir peixe, lhe dará uma serpente?

se pedir peixe, lhe dará uma serpente – em zombaria, visto algumas espécies de peixes são parecidas com serpentes.

11 Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!

boas coisas – coisas espirituais, e não temporais, conforme o evangelho de Lucas (Lucas 11:13, “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar bons presentes para vossos filhos, quanto mais dará vosso Pai celestial, o Espírito Santo, a aqueles que lhe pedirem?”). [Dummelow, 1909]

A regra de ouro

12 Portanto tudo o que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lhes vós também assim; porque esta é a Lei e os Profetas.

porque esta é a Lei e os Profetas (“Essa é a essência de tudo que ensinam a lei e os profetas”, NVT).

Os dois caminhos

13 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição; e muitos são os que por ela entram.

Embora seja uma coisa abençoada ser cristão, não é fácil. O cristão percorre o caminho estreito da disciplina de abnegação e mortificação, talvez do desprezo e perseguição, mas o fim é a vida. Muito mais fácil é o amplo caminho da autoindulgência, avareza, orgulho e ambição, mas o fim é a morte. E como há pessoas que escolhem a morte em vez da vida! [Dummelow, 1909]

14 Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida; e são poucos os que a acham.

Embora seja uma coisa abençoada ser cristão, não é fácil. O cristão percorre o caminho estreito da disciplina de abnegação e mortificação, talvez do desprezo e perseguição, mas o fim é a vida. Muito mais fácil é o amplo caminho da autoindulgência, avareza, orgulho e ambição, mas o fim é a morte. E como há pessoas que escolhem a morte em vez da vida! [Dummelow, 1909]

Os falsos profetas

15 Tende cuidado com os falsos profetas, que vêm a vós com roupa de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.

os falsos profetas. Aqui ele não está se referindo aos fariseus, mas os falsos profetas e mestres que viriam em seu nome, como fica claro em Mateus 7:22: compare também Mateus 24:11,24; 1João 4:1. [Dummelow, 1909]

16 Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos cardos?

Vós os conhecereis pelos seus frutos – não pelas suas doutrinas – como muitos dos intérpretes mais antigos e alguns mais recentes o explicam – pois isso corresponde à própria árvore; mas o efeito prático de seu ensino, que é o fruto próprio da árvore. [JFU, 1866]

17 Assim toda a árvore boa dá bons frutos, porém a árvore má dá maus frutos.

a árvore má dá maus frutos (“a árvore ruim dá frutos ruins”, NVI).

18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos.

Ou então, como na versão NVI, “A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons”.

19 Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo.

Comentário Meyer

Um pensamento introduzido pelo caminho (ou seja, não sendo necessário para a ligação lógica de Mateus 7:16-20) que aponta para a condenação ao inferno que aguarda os falsos profetas (Mateus 3:10). [Meyer, 1873]

20 Portanto vós os conhecereis pelos seus frutos.

vós os conhecereis pelos seus frutos – não pelas suas doutrinas – como muitos dos intérpretes mais antigos e alguns mais recentes o explicam – pois isso corresponde à própria árvore; mas o efeito prático de seu ensino, que é o fruto próprio da árvore. [JFU, 1866]

21 Não é qualquer um que me diz: 'Senhor, Senhor' que entrará no Reino dos céus; mas sim aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus.

Não é qualquer um. Você deve entrar no Reino através da porta estreita. Jesus agora mostra o que é necessário para entrar. “Não é qualquer um” implica que alguns que dizem “Senhor, Senhor”, PODERÃO entrar! Apenas aqueles que vivem como tal. Ninguém pode agradar ao Senhor se não o obedece e o ama. Veja Tiago 2:14-26. [Ice, 1974]

22 Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor! Não profetizamos em teu nome? E em teu nome não expulsamos os demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?'

Muitos me dirão naquele dia. Que dia será este? Não é dito claramente. Mas será o dia ao qual Ele acabou de se referir, quando os homens entrarão ou não entrarão “no reino dos céus”. Veja um modo semelhante de falar “naquele dia” em 2Timóteo 1:124:8.

Senhor, Senhor! A repetição denota surpresa. “O quê Senhor? Como assim? Seremos rejeitados?”. [JFU, 1866]

23 Então claramente lhes direi: 'Nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, transgressores!'

Nunca vos conheci – ou seja, como verdadeiros discípulos. Compare com Lucas 13:27. A divindade de Cristo aparece não apenas em Seu ofício de juiz, mas em Seu poder de ler o coração. Ele afirma que os pensamentos mais secretos dos bilhões da raça humana estão nus e abertos diante dEle, e isso é, de fato, uma reivindicação de sua divindade. [Dummelow, 1909]

Os dois alicerces

24 Portanto todo o que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado ao homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha.

Portanto (para encerrar este discurso) todo o que ouve estas minhas palavras e as praticaTiago 1:22 parece uma alusão a essas palavras; também Lucas 11:28; Romanos 2:13; 1João 3:7.

que construiu sua casa sobre a rocha – a rocha do verdadeiro discipulado, ou da verdadeira sujeição a Cristo. [JFU, 1866]

25 E a chuva desceu, correntezas vieram, ventos sopraram, e atingiram aquela casa; e ela não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.

E a chuva desceu (de cima), correntezas vieram (de baixo), ventos sopraram (dos lados), e atingiram aquela casa (assim de todas as direções); e ela não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. Veja 1João 2:17.

26 Porém todo o que ouve estas minhas palavras e não as pratica, eu o compararei ao homem tolo, que edificou sua casa sobre a areia.

ouvemas nãopratica. Não é só ouvir, nem acreditar, mas cumprir essas palavras que coloca nossa casa sobre a rocha. [Whedon, 1874]

27 E a chuva desceu, correntezas vieram, ventos sopraram, e atingiram aquela casa; e ela caiu, e sua queda foi grande.

E a chuva desceu (de cima), correntezas vieram (de baixo), ventos sopraram (dos lados), e atingiram aquela casa (assim de todas as direções)e ela caiu, e sua queda foi grande (“ela caiu com grande estrondo”, NVT).

O efeito do sermão do monte

28 E aconteceu que, quando Jesus terminou estas palavras, as multidões estavam admiradas com seu ensino,

as multidões estavam admiradas com sua ensino – admiradas tanto com a forma (“como tendo autoridade”) como com o conteúdo de suas palavras.

29 porque ele os ensinava como tendo autoridade, e não como os seus escribas.

como tendo autoridade – ou seja, como alguém que recebeu autoridade profética para falar de maneira destemida, sincera, irrestrita, convincente e reveladora. “Tudo estava cheio de vida e parecia ter mãos e pés” (Lutero). Veja também Lucas 4:32,36; Marcos 1:22,27; Apocalipse 9:19. [Meyer, 1873]

<Mateus 6 Mateus 8>

Visão geral de Mateus

No evangelho de Mateus, Jesus traz o reino celestial de Deus à terra e, por meio da sua morte e ressurreição, convoca os seus discípulos a viverem um novo estilo de vida. Tenha uma visão geral deste Evangelho através deste breve vídeo (em duas partes) produzido pelo BibleProject.

Parte 1 (9 minutos).

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Parte 2 (8 minutos).

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Leia também uma introdução ao Evangelho de Mateus.

Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – março de 2020.