Confissão de pecados

A confissão de pecados ocupa um lugar de destaque no Antigo Testamento. O ritual mosaico prevê a confissão de transgressões individuais (Levítico 5:1 ss; Levítico 26:40) quanto nacionais (Levítico 16:21); e muitos exemplos podem ser encontrados de humilde reconhecimento de ambas as classes de pecado, por exemplo, nos Salmos Penitenciais e em orações como as de Esdras (Esdras 10:1), Neemias (Neemias 1:6-7) e Daniel (Daniel 9:4 em diante). É plenamente reconhecido no Antigo Testamento que a confissão não é apenas a expressão natural do arrependimento, mas a condição do perdão divino (Levítico 5; Levítico 6; Salmo 32:5; Provérbios 28:13).

No Novo Testamento, ‘confessar’ ocorre, mas raramente para expressar o reconhecimento do pecado (Mateus 3:6 = Marcos 1:5; Tiago 5:16; 1João 1:9). Mas o dever de confessar o pecado tanto a Deus como ao outro é constantemente referido, e a necessidade da confissão para o perdão fica muito clara (Lucas 18:10 em diante, 1João 1:9).

Confissão a Deus

Isso nos encontra em muitos pontos do ensino de nosso Senhor – em Seus chamados ao arrependimento, em que a confissão está envolvida (Mateus 4:17 = Marcos 1:15; Lucas 15:17-18,21Lucas 11:2932; Lucas 24:47), em a petição de perdão no Pai Nosso (Mateus 6:12, Lucas 11:4), nas parábolas do Filho Pródigo (Lucas 15:17-18,21) e do Fariseu e do Publicano (Lucas 18:10 em diante). É muito notável que, embora Ele reconheça a confissão como uma necessidade humana universal (Lucas 11:4 ||), Ele nunca confessa pecados por sua própria conta ou participa das confissões de outros.

Confissão a pessoas

Além da confissão a Deus, Cristo ordena a confissão ao irmão que ofendemos (Mateus 5:23-24), e Ele deixa claro que o perdão humano, assim como o divino, dependem da prontidão para confessar (Lucas 17:4). Em Tiago 5:16 somos instruídos a confessar nossos pecados uns aos outros. Os pecados aqui mencionados são indubitavelmente pecados contra Deus, assim como pecados contra o próximo. Mas a confissão mencionada não é claramente a nenhum oficial da Igreja, muito menos a um oficial com o poder de conceder a absolvição, mas um desabafo mútuo dos corações cristãos com o obejetivo da oração ‘um pelo outro’. [J. C. Lambert, Hastings, 1909]