Significado de profeta
Profeta, no original hebraico nabi, vem de uma raiz que significa “borbulhar, como de uma fonte” (compare Salmo 45:1). Essa palavra hebraica é a primeira e a mais geralmente usada para um profeta. No tempo de Samuel, outra palavra, ro’eh, “vidente”, começou a ser usada (1Samuel 9:9). Ocorre sete vezes em referência a Samuel. Depois, outra palavra, hozeh, “vidente” (2Samuel 24:11), foi empregada. Em 1Crônicas 29:29 todas estas três palavras são usadas: “Samuel o vidente (ro’eh), Natã o profeta (nabi ‘), Gade o vidente” (hozeh). Em Josué 13:22 Balaão é chamado Balaão é chamado de kosem “adivinho”, uma palavra usada apenas de um falso profeta.
O “profeta” proclamava a mensagem que lhe foi dada, quando o “vidente” contemplava a visão de Deus. (Veja Números 12:6,8). Assim, um profeta era um porta-voz de Deus; ele falava em nome de Deus e por sua autoridade (Ex 7:1). Ele é a boca pela qual Deus fala aos homens (Jeremias 1:9; Isaías 51:16), e, portanto, o que o profeta diz não é do homem, mas de Deus (2Pedro 1:20-21; comp. Hebreus 3:7; Atos 4:25; 28:25). Os profetas eram os instrumentos diretos de Deus para a comunicação de sua mente e vontade para os homens (Deuteronômio 18:18-19). Toda a Palavra de Deus pode, neste sentido geral, ser considerada profética, na medida em que foi escrita por homens que receberam a revelação que comunicaram de Deus, não importa qual fosse sua natureza. A predição de eventos futuros não era necessária, mas apenas uma parte incidental do ofício profético. A grande tarefa atribuída aos profetas que Deus suscitou entre o povo era “corrigir os abusos morais e religiosos, proclamar as grandes verdades morais e religiosas que estão ligadas ao caráter de Deus e que estão na base do seu governo”.
Qualquer um que fosse porta-voz de Deus para o homem poderia, portanto, ser chamado profeta. Por isso, Enoque, Abraão e os patriarcas, como portadores da mensagem de Deus (Gênesis 20:7; Êxodo 7:1; Salmo 105:15), como também Moisés (Deuteronômio 18:15; 34:10; Oséias 12:13), são classificados entre os profetas. Os setenta anciãos de Israel (Números 11:16-29), “quando o espírito repousou sobre eles, profetizaram”; Asafe e Jedutum “profetizavam com uma harpa” (1Crônicas 25:3). Miriam e Débora eram profetisas (Êxodo 15:20; Juízes 4:4). O título, portanto, tem uma aplicação geral para todos os que têm mensagens de Deus para os homens.
A escola de profetas
Mas enquanto o dom profético foi assim exercido desde o início, a ordem profética como tal começou com Samuel. Instituições, “escolas dos profetas”, foram instituídas para o treinamento de profetas, que foram constituídos, uma classe distinta(1Samuel 19:18-24; 2Reis 2:3,15; 4:38), que continuou a o fim do Antigo Testamento. Essas “escolas” foram estabelecidas em Ramá, Betel, Gilgal, Gibeá e Jericó. Oséias “filhos” ou “discípulos” dos profetas eram jovens (2Reis 5:22; 9:1,4) que viviam juntos nessas diferentes “escolas” (2Reis 4:38-41). Esses jovens aprenderam não apenas os rudimentos do conhecimento secular, mas foram educados para exercer o ofício de profeta, “para pregar a pura moralidade e a adoração sincera de Jeová, e para agir junto e coordenadamente com o sacerdócio e a monarquia na condução do estado e no controle de todas as tentativas de ilegalidade e tirania”.
O ofício profético no Novo Testamento
Nos tempos do Novo Testamento, o ofício profético continuou. Nosso Senhor é frequentemente falado como um profeta (Lucas 13:33; 24:19). Ele foi e é o grande profeta da Igreja. Havia também na Igreja uma ordem distinta de profetas (1Coríntios 12:28; Efésios 2:20; 3:5), que fez novas revelações de Deus. Eles diferiam do “mestres”, cujo ofício era transmitir verdades já reveladas.
Os livros proféticos do Antigo Testamento
Dos profetas do Antigo Testamento, há dezesseis cujas profecias fazem parte do cânon inspirado. Estes estão divididos em quatro grupos:
1. Os profetas do reino do norte (Israel), ou seja, Oséias, Amós, Joel, Jonas.
2. Os profetas de Judá, isto é, Isaías, Jeremias, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias.
3. Os profetas do Cativeiro, Ezequiel e Daniel.
4. Os profetas da Restauração, a saber, Ageu, Zacarias e Malaquias.
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Adaptado de: Illustrated Bible Dictionary (Prophet).