terra de Zebulom e a terra de Naftali. Baixa e Alta Galileia.
junto ao caminho do mar. Ou “na direção do mar (Mediterrâneo)”, ou “a região ao longo do lado oeste do mar de Genesaré“. No tempo das Cruzadas, Via Maris era o nome da estrada que levava de Aco a Damasco.
dalém do Jordão. A terra de Gileade (2Reis 15:29).
a Galileia das nações. O circuito das nações. Embora a palavra hebraica (Gâlîl) seja a origem da posterior “Galileia”, a região à qual ela foi aplicada no Antigo Testamento era apenas o canto mais ao norte do que depois seria Alta Galileia (ver 1Reis 9:11; Josué 20:7; 21:32; 2Reis 15:29).
Essas províncias remotas são especialmente destacadas porque foram as primeiras a serem despovoadas por Tiglate-Pileser (2Reis 15:29), aquelas partes da terra em que a vergonha do domínio estrangeiro terá sido mais longa quando chegar a Libertação. A profecia adquiriu um significado novo e surpreendente quando as “boas novas do Reino” começaram a ser proclamadas por nosso Senhor primeiro na Galileia (Mateus 4:13 em diante). Mas os versículos seguintes (Isaías 9:2-7) se referem, é claro, a toda a nação. [Cambridge, 1897]
diante de ti – como nas festas do santuário, uma frase frequentemente usada em Deuteronômio (Deuteronômio 12:7; Isaías 14:26;…).
como a alegria da ceifa. Salmo 4:8; 126:5-6.
como quando ficam contentes ao repartir despojos. Compare com Isaías 33:23; Juízes 5:30. [Cambridge, 1897]
a vara de seus ombros. A vara com que suas costas foram espancadas; os pronomes referem-se a Israel.
o bastão daquele que opressivamente o conduzia. “Capatazes”, como em Êxodo 5:6.
como no dia dos midianitas. Quando o domínio dos midianitas foi para sempre quebrado (Juízes 7; compare com Isaías 10:26). “Dia” aqui significa “dia de batalha”, como muitas vezes no árabe. Os árabes se referem ao herói de muitas lutas como dhu-l’ ayyâmîn, “mestre dos dias”. [Cambridge, 1897]
Todos os acessórios bélicos serão destruídos, já que não são mais necessários na nova era de paz (Isaías 2:4; 11:6-7; Salmo 46:9; Ezequiel 39:9; Miqueias 5:5,10; Zacarias 9:9-10). Compare Malaquias 4:1, quanto à queima dos ímpios. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
nos nasceu. Nós, os sobreviventes do julgamento. Compare com “Emanuel”, Deus conosco”.
o governo. Esta palavra é encontrada apenas aqui e em Isaías 9:7, e é de interpretação incerta, talvez seja “príncipe”.
e seu nome se chama. O nome do Messias consiste em uma série de títulos honoríficos, pertencentes a Ele em Sua capacidade real e expressando principalmente as qualidades exibidas em Seu governo. Podemos comparar, com Guthe e outros, aos títulos assumidos pelos monarcas egípcios e babilônicos em suas inscrições, como “Doador da Vida para Sempre”, “Sempre Vivo”, “Senhor da Vida”, “Senhor da Eternidade e Infinito”, etc.
Maravilhoso Conselheiro. Como cada um dos outros nomes é composto de duas palavras, estas expressões devem também ser consideradas em conjunto como formando uma única designação – “Maravilhoso Conselheiro”. A estrutura ou é um constructo seguido de genitivo — “uma maravilha de um Conselheiro” (compare com Gênesis 16:12), ou então governada pelo particípio — “aquele que aconselha coisas maravilhosas”. Compare com “maravilhoso em conselhos” em Isaías 28:29. Sobre o conselho como função de um rei, veja Miqueias 4:9.
Deus Forte (“Deus Poderoso”, NVI).
Os dois títulos restantes descrevem o caráter do governo do Messias, como (a) paternal, e (b) pacífico.
Pai da Eternidade. “Pai da Eternidade” descreve o rei, não como “possuidor do atributo da eternidade”, mas como alguém que age continuamente como um pai para seu povo.
Príncipe da Paz. Compare com Isaías 2:2-4; 11:4,…; Miqueias 5:5; Zacarias 9:10. [Cambridge, 1866]
À grandeza de seu governo e à paz não haverá fim. Seu governo real aumentará perpetuamente e será ilimitado (Daniel 2:44). A “paz” do tipo do governo de Salomão logo chegou ao fim, e foi apenas parcial em extensão enquanto durou; mas a paz que o Messias traz em Seu reino é universal e para sempre.
sobre o trono de Davi, e sobre seu reino, para o firmar e fortalecer. Isto só pode acontecer na segunda vinda de Cristo: pois o cetro saiu de Judá na sua primeira vinda; e o seu trono espiritual agora nos céus não é o trono de Davi, mas é o trono do Messias como o Filho de Deus. Seu reino invisível na Igreja (principalmente gentia) também não pode ser o prometido “reinado sobre a casa de Jacó para sempre” (Lucas 1:32-33). Só pode ser em Sua vinda para reinar sobre Israel restaurado (1Reis 8:25; Salmo 2:6; 132:11; Jeremias 3:17-18; Ezequiel 34:23-26; 37:16,22; Lucas 1:32-33; Atos 2:30).
com juízo e justiça desde agora e para sempre. Não é um mero reino de poder e triunfo pela força sobre os inimigos, mas de justiça (Isaías 42:21; Salmo 45:6-7), alcançável apenas no e pelo Messias.
o zelo do SENHOR dos exércitos fará isto – zelo pela vindicação de Sua verdade, Sua promessa e Seu povo oprimido – incluindo não somente a vitória espiritual oculta de Cristo sobre Satanás na primeira vinda, mas também a vitória aberta acompanhada de “julgamentos” sobre o Anticristo e todos inimigos na segunda vinda (Isaías 59:17; Salmo 9:6-8). [JFU, 1866]
Ameaças contra o reino de Israel
a Jacó. Ou seja, contra as dez tribos (Lowth).
ela caiu sobre Israel. Caiu do céu pela revelação divina (Daniel 4:31). [JFU, 1866]
E todo o povo a saberá. Compare com Oséias 9:7.
Samaria – a capital de Efraim (quanto à frase, compare com Isaías 1:1). [JFU, 1866]
Os tijolos caíram. No Oriente, os tijolos são geralmente secos ao sol e, portanto, logo dissolvidos pela chuva. Admitindo, dizem os efraimitas à ameaça do profeta, que nossos assuntos estão em ruínas, nós os restauraremos para além de sua antiga grandeza. A relutância autoconfiante em reconhecer e arrepender-se sob os julgamentos de Deus (Isaías 26:11).
pedras talhadas (1Reis 5:17).
as figueiras bravas foram cortadas. Crescendo abundantemente nas terras baixas da Judéia, e, embora útil para construção por causa de sua propriedade anti-séptica (que levou os egípcios a usá-las para os caixões de suas múmias), de pouco valor. O cedro, por outro lado, era perfumado, livre de nós, durável e precioso (1Reis 10:27). “Vamos substituir casas por palácios”. [JFU, 1866]
Por isso o SENHOR levantará os adversários de Resim contra ele – os assírios, que atacarão primeiro Damasco, avançarão “contra ele” (Efraim). Esta é a punição do orgulho de Efraim por não levar a sério (Isaías 9:10) o juízo já infligido por Deus através de Tiglate-Pileser (2Reis 15:29). Uma segunda invasão assíria (ver em Isaías 7:1) se seguirá.
e instigará seus inimigos. “Seus”, os inimigos de Efraim (Isaías 9:9), como mostra Isaías 9:12; pois os “sírios” não eram inimigos de Rezim, mas seus súditos. [JFU, 1866]
os sírios. Os sírios no Nordeste. Ainda que agora sejam aliados de Efraim, depois da morte de Rezim se juntarão aos assírios contra Efraim. As nações conquistadoras muitas vezes alistam em seus exércitos os povos subjugados (Isaías 22:6; compare 2Reis 16:9; Jeremias 35:11), (Abraão ibn Ezra, Gesenius). Horsley menos provavelmente, considera“pela frente os sírios”, como os sírios a leste, isto é, não os súditos de Rezim, mas os assírios: Sendo “Aram” o nome comum dos sírios e assírios.
por trás. A partir do ocidente: ao se localizarem, os orientalistas identificavam o Oriente, com o que está diante deles: o Ocidente com o que está atrás. A mão direita é o sul: a esquerda, o norte.
os filisteus – da Palestina.
e devorarão a Israel com a boca aberta. Como um animal faminto (Isaías 1:20; Jeremias 10:25; 30:16; Números 14:9). [JFU, 1866]
este povo não se converteu. O propósito dos castigos de Deus. No seu caso não se cumpriu: uma nova causa de punição (Jeremias 2:20; 5:3). 2 Crônicas 28:22: “Ademais o rei Acaz no tempo que aquele lhe afligia-se, acrescentou transgressão contra o SENHOR”. Compare com Apocalipse 16:10-11. [JFU, 1866]
cabeça, a cauda. Proverbial para o mais alto e o mais baixo (Deuteronômio 28:13,44).
ramo e o junco. Outra imagem para o mesmo pensamento (Isaías 19:15). O ramo é elevado no topo da árvore: o junco é áspero e baixo. [JFU, 1866]
o profeta que ensina falsidade é a cauda. Haviam muitos em Samaria (1Reis 22:6,22-23; compare com “cauda”, Apocalipse 9:19). [JFU, 1866]
Pois os guias deste povo são enganadores (compare com Isaías 3:12). Ambos os povos foram levados à idolatria pelos seus governantes, mas principalmente Israel, reino do norte. Jeroboão, o primeiro rei, introduziu a adoração de bezerros, e seus sucessores do primeiro ao último persistiram em seu pecado. Acabe acrescentou a idolatria à Baal. Aqueles que ocupavam altos cargos abaixo dos reis eram igualmente maus exemplos para o povo).
serem destruídos. Primeiro, moralmente corrompidos e degradados, depois fisicamente entregues à destruição – massacrados por filisteus, sírios e assírios. [Pulpit, 1897]
Uma sentença de rejeição total. A severidade da ameaça contra as viúvas e órfãos é justificada pela corrupção universal da nação.
hipócritas. Melhor, “ímpios” (JFA). Compare com Isaías 10:6; 32:6; 33:14; Jó 8:13; Salmo 35:16.
e toda boca fala tolices. “loucuras” (NVI). Leia também Isaías 32:6. No Antigo Testamento, loucura e maldade são praticamente sinônimos. [Cambridge, 1906]
Pois a perversidade queima como fogo. Isto é, a impiedade espalha-se por toda nação da mesma maneira rápida que o fogo se espalha sobre um campo de palha ou uma floresta.
e subirão como nuvens de fumaça. A fumaça lançada pelas matas em chamas deve ficar suspensa como uma assombrosa cortina. As chamas da maldade não iluminam a terra, antes a lançam em pesadas e desesperançosas trevas. [Pulpit, 1897]
o povo será como o combustível do fogo. Embora a destruição geral, devastação e a desolação da terra, com seus edifícios, árvores e outros vegetais, esteja incluída na imagem do fogo que devora os “cardos e espinhos” de uma floresta densa, a ameaça é ainda maior contra o povo israelita, que foi o verdadeiro combustível do fogo, uma vez que a destruição iria continuar até que a terra fosse despovoada.
cada um não terá piedade do outro. Temos aqui uma nova característica. Não só os inimigos estrangeiros – sírios e filisteus – devorarão Israel, mas a praga da guerra civil também cairá sobre eles (comp. Isaías 9:21, e veja 2Reis 15:30, onde descobrimos que Peca foi derrubado por uma conspiração liderada por Oseias). [Pulpit, 1897]
Esta figura é uma visão da fome, como resultado de uma vontade desordenada e crueldade em tempos de anarquia. [Whedon, 1874]
Manassés a Efraim. Os estreitos relacionamentos tribais em Israel são retratados como rompidos, e cada tribo como predadora da outra, mesmo da mesma federação, enquanto planejam juntas contra Judá. As duas tribos citadas são ocasionalmente utilizadas para todo o reino do norte (ver 2Crônicas 30:1), como acontece aqui. Seus territórios estavam um ao lado do outro, entre as ricas colinas e planícies da Palestina Central. As figuras de linguagem desta estrofe mostram a nação de Israel nas últimas fases do processo de desintegração. [Whedon, 1874]
Introdução à Isaías 9
Isaías 9 é uma continuação da profecia iniciada em Isaías 7, e continuada em Isaías 8. É composto de uma mescla de ameaças e promessas. Ele é como raios de luz lançados nas sombras. Promete conforto e libertação, enquanto ao mesmo tempo denuncia os pecados da nação, e assegura à nação que a ira do Senhor “não se desviou”. O capítulo anterior termina descrevendo um tempo de calamidade geral e escuridão. Este começa (Isaías 9:1-4) mostrando que a calamidade não seria tão grande como nos tempos passados. Seria atenuada. Haveria luz – particularmente nas regiões escuras de Zebulom e Naftali – as províncias mais expostas à invasão síria. Essa luz ou libertação estava ligada ao nascimento da criança prometida (Isaías 9:6-7); e a menção disso leva o profeta a uma descrição magnífica de seus nomes, caráter e reinado. O profeta então retorna à ameaça de destruição de Israel e denuncia o julgamento divino contra ela. Pelos sírios e filisteus seria invadida e destruída (Isaías 9:8-12). Oséias efeitos disto, ao eliminar suas fontes de força, e produzir desânimo e ruína geral, são descritos no restante do capítulo (Isaías 9:13-21). O capítulo, portanto, daria consolo aos habitantes de Judá, e foi destinado a confirmar a promessa de que ela estaria a salvo da ameaça de invasão. Compare com Isaías 8:1-4. [Barnes, 1870]
Visão geral de Isaías
Em Isaías, o profeta “anuncia que o julgamento de Deus irá purificar Israel e preparar o seu povo para a chegada do rei messiânico e de uma nova Jerusalém”. Para uma visão geral deste livro, assista ao breve vídeo abaixo produzido (em duas partes) pelo BibleProject.
Parte 1 (8 minutos).
Parte 2 (9 minutos).
Leia também uma introdução ao Livro de Isaías.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – fevereiro de 2018.