extensão de dias, e anos de vida e paz. Piedade e moralidade tendem a longevidade e prosperidade. [Whedon, 1874]
Nunca vá a lugar algum sem a companhia dessas virtudes. Bondade para com os homens; fidelidade, ou seja, sinceridade em relação a Deus. Esses dois compreendem todos os deveres que temos para com Deus e para com os homens. Amarra-as junto ao teu pescoço, não apenas como um enfeite (Pv 1:9; 5:22), mas como algo sempre próximo e visível, como uma corrente pendurada no pescoço (Pv 6:21; 7:3; Êx 6:8; 13:9,16; Dt 11:18), ao qual é feita alusão aqui (Ct 1:10; 4:9; Ez 16:11, escreve-as na tábua de teu coração; compare com Jr 17:1; 2Co 3:3). Somente o Espírito pode nos habilitar a escreve-las na tábua do coração (Jr 31:33). [JFU, 1871]
tu acharás graça e bom entendimento – ou seja, “conseguirá favor e boa reputação, diante de Deus e das pessoas” (NVT).
não te apoies em teu próprio entendimento. Isto é, como se fosse suficiente para te orientar. “Nesta confiança em uma vontade suprema, justa, amorosa, estava o segredo de toda verdadeira grandeza. Ela antecipa o ensino de que o homem é justificado pela fé” (Speaker’s Commentary). [Whedon, 1874]
Em outras palavras, “Busque a vontade dele em tudo que fizer, e ele lhe mostrará o caminho que deve seguir” (NVT).
Como Deus nos guia?
Ao reconhecer Deus, não devemos confiar imediatamente em sensações, nos sonhos, em vozes e ou em intuições. Muito menos devemos fazer da Bíblia um um sorteio, abrindo-a aleatoriamente e pegando o texto que primeiro nos chama a atenção como dado por Deus, e colocando nosso próprio significado nele. Devemos dedicar nosso entendimento ao abençoado volume da inspiração [a Bíblia], para que possamos encontrar seus princípios e preceitos que se aplicam ao nosso caso, e entregar os nossos corações à oração, por aquela influência do Espírito Santo que é necessária para nos libertar de todas as predisposições e preconceitos indevidos ao examiná-lo (R. Wardlaw).
Não “se impressione com sua própria sabedoria” (NVT) a ponto de pensar na sua suficiência independentemente da sabedoria de Deus (Is 5:21; contraste com Sl 131:1; 1Co 8:1-2; Gl 6:3; 1Co 3:18, “se alguém entre vós nestes tempos pensa ser sábio, que se faça de louco, para que seja sábio”). Teme ao SENHOR, o verdadeiro antídoto para “sejas sábio aos teus próprios olhos” (compare com Rm 11:20, ” Não tenhas orgulho, mas sim temor”). É “com o temor do Senhor o homem evita o mal” (Pv 16:6, NVI), como fez Jó (Jó 1:1). Esses dois, temer ao Senhor e se afastar do mal, são a verdadeira maneira de obter dEle o dom gratuito da salvação. [JFU, 1871]
Honra ao SENHOR com teus bens, e com a primeira parte de toda a tua renda – oferecendo voluntariamente ofertas para o Seu culto (Êx 23:19; Ml 3:7-10). Esta é outra parte da adoração de Deus, além das que acabam de ser enumeradas (Pv 3:1,5,7). Davi não ofereceu ao SENHOR, seu Deus, holocaustos que não lhe custassem nada (2Sm 24:24). O Senhor se queixa da mesquinhez de Israel em relação a Ele como prova de falta de amor (Is 43:23). Ter misericórdia dos pobres é “honrar” a Deus (Pv 14:31). [JFU, 1871]
Em vez de se tornar mais pobre por honrar ao SENHOR com a sua renda, é dessa maneira que você será enriquecido abundantemente com todo tipo de alimento e bebida. Assim, no tempo de Ezequias, Azarias, o sumo sacerdote, disse: “Desde que começaram a trazer a oferta à casa do SENHOR, comemos e nos saciamos, e nos sobrou muito: porque o SENHOR abençoou seu povo, e restou esta abundância”. Leia Ageu (Ag 1:6,9,13; 2:15-19) e também a história da viúva de Sarepta (1Rs 17:10-16). [JFU, 1871]
Leia também Jó 5:17.
Aqui temos um progresso notável para além do ensino do Pentateuco: por exemplo, Dt 28, no qual os judeus seriam tratados como crianças, e a punição ou recompensa acontecia como consequência imediata do bom ou mau comportamento. Debaixo de tal disciplina, a adversidade só poderia ser considerada como um castigo, um sinal do descontentamento de Deus; mas agora é feita uma manifestação adicional do Seu trato com o homem. Quando Ele envia problemas a Seus filhos, não deve mais ser visto como um pai ofendido castigando pelos seus erros, mas como alguém que, amorosamente, está os corrigindo. Até o Novo Testamento cita essas palavras com aprovação e sem acrescentar nada ao ensino delas (Hb 12:5-13). Aí é mostrado como todos os filhos de Deus devem, sem exceção, se submeter a essa disciplina. [Ellicott, 1905]
Este texto é citado pelo autor de Hebreus em Hb 12:5.
o homem que obtém conhecimento – ou então, “que consegue compreender as coisas” (NTLH).
Em outras palavras, “A sabedoria produz muito mais benefícios do que o ouro ou a prata mais finos” (VIVA).
seu lucro é melhor. Compare com Mt 13:45-46, onde este provérbio é expandido para uma parábola. A mesma ideia de negociação na esfera moral e espiritual ocorre em Pv 11:19; 23:23; Jó 28:15-19. [Cambridge, 1899]
Ela [a sabedoria]é mais preciosa do que rubis – ou seja, do que pedras preciosas.
A sabedoria é descrita como uma virgem real ou rainha, com as duas mãos cheias de dádivas: em sua mão direita (a mais importante) está a longevidade, a principal das bênçãos terrenas e uma que provavelmente (embora não expressamente) Deus prometeu ao próprio Salomão em ligação ao dom da sabedoria (1Rs 3:12-13). [JFU, 1871]
Tanto o caminho como o fim a que o caminho leva são paz. Embora seus caminhos sejam dolorosos para a carne, eles são agradáveis para o espírito: não apenas agradáveis, mas “agradáveis” em si; não apenas pacíficos, mas a própria “paz”. “Há muitos caminhos agradáveis no mundo, mas não seguros; outros são seguros, mas não agradáveis”. [JFU, 1871]
“Não se admire que eu tenha dito que a sabedoria assegura todas essas bênçãos como longevidade, riquezas, etc .; porque ela tem feito coisas muito maiores do que estas. Foi por ela, como um dos Seus atributos divinos, que Deus fundou a terra e os céus” (Cornélio a Lápide).
Pelo seu conhecimento se fenderam os abismos – ou seja, “as fontes [de águas] profundas se rompem” (NVI) formando rios e riachos para saciedade do homem (Gn 1:9-10; Jó 38:8-12; Sl 104:8-13; Pv 8:24-29).
e as nuvens gotejam orvalho. Como o orvalho não desce das nuvens, mas é formado perto do solo, o hebraico para orvalho é aqui usado para expressar uma leve chuva (Jó 36:27-28); ou então “as nuvens” são usadas aqui para as regiões mais baixas do ar, onde o orvalho é formado. As escrituras descrevem os fatos da natureza de acordo com os fenômenos, não na linguagem científica [o que seria anacrônico]. Como a primeira sentença descreve um exemplo da sabedoria de Deus na Terra, a segunda descreve um no céu ou no ar (Dt 33:28). O orvalho no Oriente, na ausência de chuva, é a mais importante dádiva para a vegetação. [JFU, 1871]
Em outras palavras, “Meu filho, tenha sempre estas duas coisas em vista: a verdadeira sabedoria e a capacidade de tomar decisões certas” (VIVA).
Em outras palavras, “Não precisará temer o desastre repentino, nem a destruição que vem sobre os perversos” (NVT).
Não temas o pavor repentino (compare com Jó 5:21-22; Sl 27:1; 46:1-3; 91:5; 112:7; Is 8:12-13; 41:10-14; Dn 3:17-18; Mt 8:24-26; 24:6; Mc 4:40; Lc 21:9; Jo 14:1; 1Pe 3:14).
nem a assolação dos perversos (compare com Sl 73:19).
Porque o SENHOR será tua esperança (compare com Pv 14:26; Sl 91:9-10; Hc 3:17-18)
guardará teus pés para que não sejam presos – ou seja, “não permitirá que seu pé fique preso numa armadilha” (NVT).
Em outras palavras, “Sempre que puder, ajude os necessitados” (NTLH). Compare com Rm 13:7; Gn 6:10; Tt 2:14; Tg 2:15-16. Uma exortação para façamos a nós mesmos “amigos…com as riquezas da injustiça” (Lc 16:9), lembrando que não somos donos absolutos, mas “administradores da variada graça de Deus” (1Pe 4:10) , para que, quando “faltarmos”, ou seja, morrermos, “eles”, os amigos que fizemos pela nossa generosidade, possam nos receber no céu. [Ellicott, 1905]
Em outras palavras, “Se você pode ajudar seu próximo agora, não lhe diga: Volte amanhã, e lhe darei algo” (NVT). Compare com Lv 19:13; Dt 24:12-15; Ec 9:10; 1Tm 6:18.
Compare com Pv 17:14; 18:6; 25:8-9; 29:22; Mt 5:39-41; Rm 12:18-21; 1Co 6:6-8; 2Tm 2:24.
Não tenhas inveja do homem violento (compare com Pv 23:17; 24:1,19; Sl 37:1; 73:3; Gl 5:21) – ou seja, não tenha inveja da pessoa que usa meios violentos ou ilegais para enriquecer: não desejes os seus ganhos injustos. [Whedon, 1874]
nem escolhas seguir algum dos seus caminhos (Pv 1:15-18; 2:12-15; 22:22-25) – ou seja, “nem imite sua conduta” (NVT).
Certamente ele zomba dos zombadores (compare com Pv 9:7-8,12; 19:29; 21:24; 138:6). Esta é outra forma de expressar o ensino de Pv 1:24-33. Se o homem rejeitar as ofertas de misericórdia de Deus, com o tempo elas serão retiradas dele. E assim, como o homem lida com Deus, Deus irá finalmente lidar com ele. Compare com Lv 26:23-24; Sl 18:25-26; 81:11-12; Rm 1:24-26. O versículo é citado em Tg 4:6 e 1Pe 5:5. [Ellicott, 1905]
Os sábios herdarão honra (compare com Pv 4:8; 1Sm 2:30).
os loucos terão sobre si vergonha – ou seja, “os que desprezam a sabedoria serão cobertos de vergonha” (VIVA). Compare com Sl 132:18; Is 65:13-15; Dn 12:2-3.
Introdução à Provérbios 3
Provérbios 3 pode ser divido em três partes: a primeira (1-10) e a terceira (21-35) são exortações para a boa conduta e promessas da bênção que vem como consequência. A segunda parte (11-20) declara a utilidade do castigo divino e o valor da sabedoria.
Visão geral de Provérbios
“O livro de Provérbios convida as pessoas a viverem com sabedoria e temor ao Senhor a fim de experimentarem a boa vida”. Tenha uma visão geral deste livro através de um breve vídeo produzido pelo BibleProject. (8 minutos)
Leia também uma introdução ao livro dos Provérbios.
Todas as Escrituras em português citadas são da Bíblia Livre (BLIVRE), Copyright © Diego Santos, Mario Sérgio, e Marco Teles – julho de 2020.